Michel Temer: “é indigno e gravíssimo gravar presidente”

Crédito: Globo News
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O presidente Michel Temer afirmou neste domingo (27) que é “indigno” e “gravíssimo” um ministro gravar o presidente da República.

A afirmação é referência às gravações feitas pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de conversas com Temer e com ministros do governo sobre uma suposta interferência política em uma decisão técnica do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão vinculado ao Ministério da Cultura.

Calero se demitiu depois de denunciar ter sido pressionado por Geddel Vieira Lima, ex-ministro da Secretaria de Governo, para liberar a obra de um edifício no centro histórico de Salvador no qual Geddel tem um apartamento. Calero disse que Temer também intercedeu na questão.

“Espero que essas gravações venham a público”, disse o presidente, que afirmou que é muito cuidadoso com o que fala e que a atitude de Calero foi de uma “indignidade absoluta”.

O presidente disse que “não estava patrocinando nenhum interesse privado” ao “arbitrar” a divergência entre Marcelo Calero e Geddel Vieira Lima e ter sugerido ao então ministro da Cultura encaminhar o caso para a Advocacia Geral da União (AGU).

“Você verifica que eu estava administrando conflitos de natureza pública. Quando ele [Calero] falou que não queria despachar, falei para mandar para a AGU”, disse.

Temer disse que ainda não tomou uma decisão, mas cogita fazer gravações oficiais das audiências na Presidência da República.

“Estou pensando em pedir ao Gabinete de Segurança Institucional que grave – aí publicamente –, que grave todas as audiências do presidente da República”, declarou.

Crise no governo

O pedido de demissão de Marcelo Calero no último dia 18 e as denúncias contra Geddel  abriram uma crise no governo Temer. Na sexta-feira (25), Geddel pediu demissão e deixou o governo.

Temer afirmou que, se Geddel tivesse pedido demissão antes, “talvez teria sido melhor”. “É claro que ganhou uma dimensão extraordinária. A demora não foi útil”, disse.

O presidente da República disse também que está “examinando com muito cuidado” o perfil do novo ocupante da Secretaria de Governo, em substituição a Geddel Vieira Lima. Segundo ele, é preciso alguém com “lisura absoluta” e com facilidade para conversar com os integrantes do Congresso.

Rodrigo Maia negou que as lideranças da Câmara estivessem atuando no sentido de incluir na proposta matérias visando a anistia. “Foi colocado com os líderes que não podíamos tratar de anistia eleitoral nem a qualquer outro crime. Esse debate nunca aconteceu e, com certeza, nunca acontecerá quando colocarmos para votação, provavelmente na terça-feira”, disse. “A reunião de hoje é importante para esclarecermos que essa emenda nunca existiu efetivamente porque nunca foi apresentada por nenhum líder partidário. Portanto não existe. Não estamos votando medidas para anistiar nenhum crime”, acrescentou. Renan também garantiu que atuará conjuntamente para evitar a aprovação de matéria que anistie crimes eleitorais. “Nós estamos fazendo um acordo, um ajuste institucional no sentido de que não haverá apreciação de anistia a crime eleitoral, ao caixa 2 ou a qualquer crime eleitoral, até porque tudo que é aprovado vai para veto. Portanto, as presidências da Câmara e do Senado chegaram à conclusão de que essa matéria não deve tramitar.”

 

 

Fonte: G1

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