Rombo na previdência de Alagoas deve chegar a R$ 1 bilhão

 Previdência estadual pode não conseguir dar conta da demanda de aposentadorias dos servidores públicos

Previdência estadual pode não conseguir dar conta da demanda de aposentadorias dos servidores públicos

Como se fosse um consultório médico, a Secretaria da Fazenda monitora a saúde financeira de Alagoas. O titular da pasta, George Santoro, bem parecido com um cirurgião, procura operar com precisão as despesas e a receita do Estado, temendo ser fatal qualquer decisão açodada. Mas, na última quinta-feira, ele confessou que está preocupado.

Apesar dos atuais gastos equilibrados, são as projeções que vão determinar a robustez das contas públicas. Não chega a ser uma Unidade de Tratamento Intensivo, mas o gabinete de Santoro está com alerta ligado. A Reforma da Previdência coloca em risco a vitalidade econômica do Estado. Segundo o secretário, o rombo deste ano do Alagoas Previdência deve chegar a R$ 1 bilhão, R$ 200 milhões a mais do que no ano passado.

O que poderia ser a cura, para Alagoas, as medidas propostas pelo governo federal tendem a complicar ainda mais os cálculos. O que faz Santoro temer é a possibilidade dos 20% dos servidores aptos a se aposentar nos próximos quatro anos em Alagoas, com medo da Reforma Previdenciária, requererem logo a inclusão de seus nomes na massa de inativos, forçando o Estado a gastar mais com futuros concursados.

“Se esses servidores se sentirem ameaçados, vão se aposentar. Esse é o problema, esse é o medo que eu tenho desta Reforma da Previdência”, disse George Santoro, no início da noite da última quinta-feira, em seu gabinete de secretário. “Do jeito que a proposta está, tudo incentiva o servidor a se aposentar logo, porque nas regras novas o cara não leva 100% da aposentadoria”. O secretário defende mais tempo para que a reforma seja discutida.

Outros “incentivos” para quem está perto de se aposentar pegar carona nas regras antigas antes que a Reforma da Previdência seja aprovada, conforme Santoro, é a exigência da idade mínima de 65 anos em vez de 30 anos de contribuição para quem tem menos de 50 anos e a redução da pensão para familiares em caso de falecimento do aposentado.

“São regras muito mais duras do que as regras atuais. Tudo estimula o servidor que está no limiar de se aposentar tentar antecipar a sua aposentadoria”, afirmou George Santoro. “Quem está elegível para se aposentar não vai querer se arriscar, vai se aposentar logo. Como o processo legislativo demora um pouco, porque é uma emenda constitucional, nesse meio tempo, a minha preocupação é uma aceleração das aposentadorias”, confessou ele.

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