Júri de Elize Matsunaga será no plenário onde Suzane e Gil Rugai foram julgados
O julgamento de Elize Matsunaga, acusada de matar e esquartejar o marido Marcos Kitano Matsunaga em maio de 2012, vai começar na segunda-feira (28) no plenário 10 do Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo.
Neste mesmo plenário foram realizados outros julgamentos de grande repercussão, como os de Suzane von Richthofen, condenada pela participação na morte dos pais em 2002; Gil Rugai, condenado pelas mortes do pai e da madrasta, em 2004, e dos policiais militares envolvidos no massacre do Carandiru em 1992, que foram condenados mas tiveram a sentença anulada este ano..
O auditório destinado à plenária do júri tem capacidade para 270 pessoas, sendo 50 destinados à imprensa. A expectativa é que o júri dure cinco dias. Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça, não haverá um esquema especial de segurança ou de organização do trânsito nas imediações.
Elize é ré no processo no qual responde presa pela acusação de homicídio doloso triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima), destruição e ocultação de cadáver. Ela confessou que atirou na cabeça da vítima com uma arma e depois a esquartejou em sete partes em 19 de maio de 2012.
Para o Ministério Público Estadual (MPE), Elize matou o marido para ficar com o dinheiro de um seguro de vida no valor de R$ 600 mil. O promotor José Carlos Cosenzo ainda suspeita que ela tenha tido a ajuda de outra pessoa – a Polícia Civil ainda investiga essa hipótese.
A defesa de Elize será feita pelos advogados Luciano Santoro e Roselle Soglio. No entendimento deles, a ré matou Marcos para se defender das agressões do empresário, se desesperou e cometeu o esquartejamento. Naquela ocasião, ela havia contratado um detetive particular que revelou que o marido a traía com uma prostituta.
O juiz Adilson Paukoski Simoni, da 5ª Vara do Júri da Capital, é o mesmo que condenou o ex-seminarista Gil Rugai a 33 anos e 9 meses de prisão.
Elize estará à frente de um júri popular formada por sete pessoas, selecionadas para formar o conselho de sentença a partir de um grupo 48 jurados sorteados. Como o julgamento vai se estender por mais de um dia, os jurados terão que ficar recolhidos e incomunicáveis, ou seja, não podem ter contato com ninguém, inclusive família, nem por telefone.
Os jurados terão que dormir em hotel ou no fórum, ficando a critério do juiz como isto se dará. Os jurados também não podem falar entre si sobre o caso em julgamento e sempre serão acompanhados por oficiais de justiça.
O Fórum Criminal ‘Mário Guimarães’ foi inaugurado em 2000 pelo então governador Mario Covas, e uma área de 119 m². Conta com cinco varas de Execuções Ciminais, uma Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, uma Vara do Juizado Especial Criminal e quatro Tribunais do Júri (1º, 3º, 4º e 5º), além do Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo). Mais de 3 mil pessoas trabalham no local e circulam diariamente pelo prédio mais de 4 mil pessoas, segundo informações do TJ.
G1