Nove anos sem Josmário Silva, “A Voz de Ouro do Rádio”
Parece que foi ontem, mas ao mesmo tempo parece uma eternidade. Há nove anos, no dia 20 de novembro de 2007, Alagoas perdia um dos seus maiores ícones da comunicação radiofônica, Josmário Silva. Iria-se também, nessa data, a eloquência, o destemor, a coerência, o conhecimento das causas, o respeito ao ser humano e o amor e verdade em se fazer Rádio, o que é muito difícil, pois no rádio não se tem imagens como na TV, na tela de um computador ou aparelhos celulares de última geração. A estes últimos, Josmário não teve acesso. E talvez se tivesse, usasse-os apenas para serem seus coadjuvantes e para não fugir à modernidade atualmente tão usada e cobrada.
Foi-se Josmário Silva, exemplo de homem de comunicação, decência e hombridade; professor, sem querer se valer desse título, porém, referência para tantos quantos com ele aprenderam o real valor do rádio, sua importância para o crescimento de qualquer sociedade e a paixão por tudo o que se faz com amor e determinação.
Foi esse o Josmário a quem o ouvinte – seu público – admirou, respeitou e foi fiel. Os boletins da “MARCHA DAS APURAÇÕES”, eleição após eleição, só tinham talvez a veracidade necessária quando se ouvia dele: “A VONTADE DO POVO, A VERDADE DAS URNAS”. No futebol, fosse como repórter, narrador ou comentarista, não abria mão de sua paixão por Palmeira dos Índios e pelo CSE. E ninguém mais do que ele, no meio jornalístico defendeu essa Terra, além de suas causas e convicções. Essa herança é tão grande que se tornou uma marca da radiodifusão, não só palmeirense, mas de todo lugar ou região em que ele, bravamente, defendeu, encarando um microfone, com força e coerência, apenas o que acreditava ser justo e correto.
Nove anos se passaram da sua “partida”, mas realmente parece que foi ontem. A sua distância dos nossos rádios nos faz muita falta. O que ainda nos acalenta, é saber que você existiu e contribuiu demais para a construção de uma sociedade melhor.
Veja depoimentos:
“Falar de quem amamos não é difícil. Amigo é aquele que não muda de acordo com o momento. Josmário continua sendo meu amigo e irmão porque CONFIO na eternidade”. (Caetano Soares Pinto-empresário)
“A última vez que vi Josmário foi em um enterro em Arapiraca, daí se orgulhava quando eu dizia que ele era meu padrinho no rádio. Não só eu, mas muitos tiveram o prazer de tê-lo como padrinho. Aprendi com ele a ajudar ao próximo, e também já ajudei a muitos” (Carlito Batalha).
“A cada dia desses nove anos de sua despedida desse nosso mundo, nunca lhe esqueci um dia sequer. Sua fibra e seus exemplos de dignidade e de respeito me movem até hoje, enquanto mulher, jornalista e lutadora”. (Grazi Duarte – filha).
“Meus pais, enquanto só existia a Rádio Sampaio, quiseram homenagear Josmário Silva, de quem eram fãs e ouvintes de carteirinha, colocando em mim o nome dele. Só que o nome do registrado, que era eu, foi mal escrito pelo tabelião, e sem meus pais notarem, acabou ficando ‘Josimauro’. Mas todo tempo o falecido Josmário soube da intenção da homenagem, além de ter duas madrinhas minhas que até hoje me chamam de “Josmário”. (Marinho do Bar).
“Minha história ao lado de Josmário Silva e sua família se confunde com a própria Rua da Mangueira, onde morávamos e vi inclusive as filhas dele e de D. Graça crescerem. Da infância à adolescência, chegando até a casar e ter filhos, acompanhei Josmário, tanto como radialista como amigo. Agradeço por ele ter feito parte de minha vida e de minha família. Guardarei sempre as melhores lembranças desse grande amigo, inclusive trabalhei na Palmeira FM”. (Geraldo Alencar – empresário e ex-vereador).
“As marcas de amizade e de aprendizado que Josmário me deixou fazem com que eu continue com a mesma força de trabalhar em cumprimento às coisas das comunicações. O destino me conduziu a trabalhar ao lado de sua filha, Grazianne, diante do seu grande projeto até de infância: o portal ESTADÃO ALAGOAS. Então, a honra de ter convivido e visto muito dessa Palmeira dos Índios ao lado de Josmário Silva muito me orgulha. Ele foi, de acordo com uma unanimidade séria, umdos maiores nomes da radiodifusão de Alagoas, notadamente de Palmeira dos Índios”. (Carlos Augusto – Carretinha – Jornalista)
Nove anos sem Josmário, nosso amigo e companheiro da Rádio Sampaio na década de 70. Costumávamos colocar a rádio no ar, naquela época às seis da manhã. Um fato curioso é que ao anunciar o nome de uma música de forró, eu coloquei a agulha no vinil e, não se sabe porque, só saiu a voz sem o acompanhamento. Daí já ficamos impressionados pensando em coisas do além, o cantor já havia morrido. O nosso convívio era muito bom. Quando Josmário resolveu iniciar a carreira de locutor esportivo, eu fui diversas vezes até o estádio do CSE pra gravar a narração do treino do time. Em pouco tempo ele já se tornara o grande locutor esportivo da radiofonia de Alagoas. Vim embora para Campina Grande mas a amizade com Josmário e a família dele continuam. Me tornei produtor de áudio e em sua candidatura a vereador em Palmeira dos Indios, eu o presenteei um jingle que está ai em anexo. Na minha permanência em Palmeira dos Indios, tive poucos amigos e Josmário foi um deles. Resta-nos a lembrança de um amigo que se foi e, quem sabe, iremos nos encontrar em outra dimensão. Espero que sim! Saudades do amigo! (Humberto Carnaúba-Produtor).
“Josmário, grande amigo de todas as horas e sincero companheiro. Ele foi um dos maiores profissionais de rádio que conheci em toda a minha vida. Exemplar amigo de fé e verdadeiro. Com ele era ‘sim’ ou ‘não’. Nunca teve meias palavras ou meio termo. Esse era o Josmário que eu conheci”. (Isve Cavalcante – radialista).
20 de novembro, dia da consciência negra, dia que se calou a voz de um grande amigo
Eu tive o prazer de trabalhar com um dos maiores comunicadores de Alagoas. Homem de temperamento firme, mas de um coração enorme. Aprendi muito com ele. Aprendi a ser um repórter destemido e atualizado. Estou falando de Josmário Silva, meu professor, meu amigo, meu mestre, padrinho escolhido da minha filha Maria Amélia, o saudoso e quase compadre. Quase porque Infelizmente não tivemos tempo para realizar esse sonho. O Senhor o chamou no dia 20 de novembro de 2007. Logo no dia da consciência negra se calava uma das vozes mais potentes de Palmeira dos Índios. O rádio alagoano perdia um pai. Josmário colocou muita gente no rádio e na comunicação. Hoje eu o cito como exemplo de um homem bom, honesto e justo. Ele construiu uma brilhante trajetória. Hoje, 20 de novembro, me sinto mais órfão. São 9 anos de muitas faltas e saudades. Se vivo fosse, com certeza estaria aqui, do meu lado, puxando minhas orelhas, me aconselhando, cuidando de mim, me curando, em todas as horas que eu precisasse. Que saudade amigo. Que falta você me faz.
Se alguém contar um fato a teu respeito, acrescentarei a minha versão. Se te criticarem demais, irei te defender, porque fui teu amigo, sempre acreditei em você e sei que estás perto de Deus. Cuida da tua tarefa aí no céu, que nós cuidaremos do teu nome e da tua memória aqui na terra.
(Júlio Cezar-Jornalista)
Em 1984, logo no início do ano, a direção da Rádio Sampaio anunciou que não iria transmitir os jogos do CSE no Campeonato Alagoano. De imediato Josmário me convidou pra junto com ele irmos até Arapiraca, precisamente na Rádio Novo Nordeste para estabelecer um contrato de transmissão dos jogos do CSE. Proposta feita, proposta aceita. O CSE estreou no campeonato jogando em Capela. O jogo começou as 15h15, mas a jornada esportiva foi aberta por Josmário logo ás 14 horas. E ele apelidou a transmissão de ‘MATE O VÉIO’. Todo mundo em Palmeira ouviu a transmissão, e no dia seguinte foi uma repercussão muito grande, devido ao apelido da transmissão. Todos queriam saber o motivo do apelido. Foi bom demais! O CSE venceu o jogo por 1 a 0, com gol de Hamilton. O Véio tão falado na transmissão era o também saudoso, Gileno Sampaio. Que Deus o tenha, amigo Josmário Silva!
Saudade… (Gilberto Barros- empresário)
Foi um grande e leal amigo que conheci!
Que Deus te proteja sempre!!!