Inep inclui notas de 961 escolas na lista do Enem 2015
O instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou nesta segunda-feira (31) a lista das notas médias no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2015 obtidas por 961 escolas que ficaram de fora da primeira divulgação dos dados.
Segundo o órgão, entre as escolas incluídas no levantamento, 92 (9,57%) pertencem à rede privada de ensino; 276 (28,72%), à federal; 580 (60,35%) às estaduais; 13 (1,35%) às municipais. De acordo com o Inep, todas elas oferecem o ensino médio integrado à educação profissional.
Segundo o Inep, “entre as escolas com notas divulgadas em 4 de outubro, 355 tiveram seus resultados modificados por causa da inclusão dos estudantes do Ensino Médio Integrado no universo dos cálculos, e 24 deixaram de ter resultados divulgados por não mais cumprirem a taxa de participação”.
Alterações no top 100
O novo lote de dados trouxe apenas informaçoes desse grupo de escolas, sem fazer comparações do rendimento das outras quase 15 mil escolas já liberadas anteriormente. Entretanto, o G1 comparou os dois lotes de dados e verificou que, com a inclusão dessas 961 escolas, a lista de 100 escolas com as maiores médias nas provas objetivas do país tem duas posições alteradas.
A Escola Técnica Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, na cidade de São Paulo, entra na 37ª posição, e a unidade II do Colégio Porto Seguro, que fica em Valinhos (SP), fica na 70ª colocação. O Instituto de Tecnologia ORT, no Rio de Janeiro, ficou na 101ª posição. As três instituições são particulares.
Além dessas, outras cinco instituições que foram incluídas na divulgação na tarde desta segunda-feira (31) entram no top 200. Nesse caso, todas são públicas: a unidade Campus I BH do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet), na 119ª posição; o campus Vitória do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), na 124ª posição; a Unidade Timoteo do Cefet-MG, na 149ª posição, o Setor de Educação Profissional e Tecnológica (Sept) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), na 151ª colocação e a Escola Técnica Estadual de São Paulo (Etec São Paulo), na 155ª posição.
‘Equívoco’
No começo do mês, o Inep admitiu que cometeu um “equívoco” ao excluir 96% dos institutos e centros federais da divulgação dos dados do Enem 2015 por escola. Antes de admitir o erro, o Inep havia justificado a exclusão como decorrente de uma mudança metodológica no Censo da Educação Básica que, a partir de 2015, deixou de considerar o ensino médio integrado ao ensino técnico como “ensino médio regular”.
Um dos resultados da exclusão dos institutos federais foi o aumento da concentração de escolas privadas entre as médias mais altas do país. No Enem 2014, 34 institutos e centros federais estavam entre as mil escolas com médias mais altas do país. No Enem 2015, esse número caiu para três.
De acordo com a portaria Inep n.º 507/2016, para terem seus resultados divulgados, as escolas precisam possuir, concomitantemente, pelo menos dez alunos participantes do Enem 2015 e uma taxa de participação igual ou superior a 50%.
A lista com as notas médias de 14.998 escolas foi divulgada na manhã de terça-feira (4). Das 275 unidades de institutos e centros de educação tecnológica federais que haviam sido incluídas na divulgação do ano passado (referente ao Enem 2014), apenas 12, ou 4% do total, estão presentes nos dados. Outras quatro que não apareceram na lista do ano passado foram incluídas na deste ano.
Os dados já tinham permitido identificar, por exemplo, que 27% das escolas têm menos da metade dos professores com licenciatura na disciplina que ensinam aos alunos. Isso quer dizer que, nestes colégios, a maior parte dos docentes não estudou na universidade para se tornar professor naquela matéria e também não fez curso de complementação pedagógica.
Se consideradas as 100 escolas com as piores médias no Enem 2015 (de acordo com a lista de 4 de outubro), 68 não possuem nem metade dos professores com graduação ou curso na área em que lecionam. Já entre os 100 colégios com melhores médias, apenas seis têm menos da metade dos docentes com formação especializada nas disciplinas que ensinam aos alunos.
Fonte: G1