Nascida na Bahia, Raissa se mudou bem nova para o Paraná. Durante a adolescência, ela garante que passou por “uma fase de aceitação”. “Eu não me achava bonita na escola.” A jovem participou do primeiro concurso de beleza aos 16 anos. Na sequência, entrou em disputas de miss municipais, estaduais até chegar ao nacional e vencer.
“Eu me achei bonita independente do que as pessoas falavam, eu me aceitei. E eu quero ajudar as outras meninas que passam por isso nas escolas, no bairro, de não se achar bonita por causa do cabelo, do nariz, da boca. A gente é negro e tem o traço negro. Precisamos ensinar essas meninas a se aceitarem. Eu passei por isso e sei que não é fácil”, comentou a paranaense.
Embora honrada com a conquista, Raissa diz representar mais que a beleza negra. “Eu estou representando a beleza em si. Eu acredito que a beleza é a beleza. Ser a segunda negra depois de um jejum e 30 anos, um jejum muito grande, me deixa honrada. Estou muito contente com o apoio que eu estou tendo.”
Com a mudança do perfil de Miss, Raissa define o papel que ela exerce. “Eu acredito que a Miss é um exemplo. Ela está ali para formar opinião, divulgar seu país, sua cultura, o seu povo da melhor forma possível.”
Concurso
Raissa, de 1,75 metro, é estudante de marketing e foi eleita Miss Umuarama e depois Miss Paraná. Ela ficou para o anúncio final da disputa com Danielle Marion, Miss Rio Grande do Norte, que ficou em segundo lugar. Deise D’anne, Miss Maranhão, também negra, ficou em terceiro lugar.
“Acordei e não era sonho. Obrigada por tanto amor minha gente linda!!”, escreveu Raissa em sua conta no Instagram.
O concurso Miss Brasil registrou este ano o maior número de participantes negras, em um total de seis candidatas.