Hospital do Açúcar continua em crise e pede socorro aos Renan’s

1A decisão do governador Renan Filho de investir na construção de quatro novos hospitais em Maceió, começando pela Maternidade de Risco Habitual, um empreendimento que teve suas obras iniciadas na semana passada, é louvável sobre todos os aspectos.

Mas é lamentável, porém, que o Hospital do Açúcar, uma das instituições de saúde que atendem aos usuários do SUS, esteja à beira da falência sem nenhum socorro do poder público. O Sindhospital e os dirigentes do Açúcar já fizeram de tudo na tentativa de fazer com que a instituição volte à sua normalidade. Mas não conseguiram sensibilizar o poder público. Os salários de seus trabalhadores continuam com dois meses de atraso. Tem, inclusive, uma parte do 13º de 2015 que não foi paga.

Os fornecedores também estão sem receber. Alheio a essa situação, o Estado, que é responsável pelo repasse dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), só efetua o pagamento pelos serviços prestados com três meses de atraso. E o pior de tudo: além dessa demora, o congelamento de valores da tabela de procedimentos do SUS remonta a 1996, atingindo, atualmente, mais de 470% de defasagem.

O hospital, que sempre primou pela eficiência nos serviços prestados, está perdendo credibilidade. A usuária de um plano de saúde que estava na última sexta-feira com seu genitor na urgência da Unimed, precisando de um apartamento para a continuidade do tratamento em outro hospital, porque lá não havia vaga, negava-se a levar o paciente para o Usineiro. “Lá, de jeito nenhum!”, reagiu Josinéia Carvalho. A solução para evitar a crise no hospital já foi levada ao senador Renan Calheiros, presidente do Senado, que, com o prestigio que ostenta de ‘um dos homens mais poderosos do País’, pode remover montanhas em Brasília e salvar um dos maiores patrimônios hospitalares de Alagoas, com 58 anos de serviços prestados a ricos e pobres.

Mas até agora não houve nenhum aceno do senador.

O governador Renan Filho também está sendo procurado pelos dirigentes do hospital e do Sindhospital para discutir a crise. A secretária de Saúde, Rozangela Wyszomirska, já esteve reunida com representantes do Açúcar, mas argumentou que estava pagando tudo que devia, mesmo com atraso de três meses, e não sinalizou nenhum incentivo para amenizar os efeitos negativos nas finanças da instituição de saúde. Não há perspectiva de recuperação no hospital. Seu fechamento, caso venha ocorrer, pode ofuscar a eficácia de todo o plano de construção de novos hospitais para suprir a carência de leitos na saúde pública.

O Hospital do Açúcar, por sinal, faz parte da rede assistencial de saúde em Alagoas, incluído no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) como prestador de assistência aos usuários do SUS.

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