Hospitais denunciam atraso em repasse de verba pelo governo
Representantes de hospitais filantrópicos de Alagoas, que atendem obrigatoriamente a pelo menos 60% dos pacientes conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), se reuniram, nesta segunda-feira (12), na sede do Ministério Público do Estado (MP-AL), para denunciar a demora no repasse de recursos para a manutenção das unidades de saúde por parte do governo do estado.
De acordo com o diretor do Hospital do Açúcar, Edgar Antunes, o governo demora aproximadamente 60 dias para repassar os recursos provenientes do SUS para a unidade, o que ocasiona um atraso nas prestações de contas.
“Atualmente nós temos uma folha de 1.300 funcionários no hospital, o que ocasiona uma despesa de R$ 2,5 milhões. Com o atraso, está ficando difícil fechar a folha de pagamento dos funcionários, comprar insumos e manter as responsabilidades e atendimentos de qualidade”, afirma Antunes.
A Sesau informou que o pagamento dos Termos de Compromisso e Contratualizações é realizado depois que a Superintendência de Auditoria, Controle e Regulação (Suraud) consolida e audita a produção das unidades hospitalares referente ao mês anterior.
De acordo com a secretaria, o salário referente ao mês julho, que foi entregue pelos hospitais filantrópicos e particulares em agosto, está sendo auditada pelos técnicos da pasta, para que o pagamento seja liberado
Edgar Antunes explica ainda que que, atualmente, o hospital pagou 60% dos funcionários referente ao mês de julho, mas que nenhum serviço foi suspenso.
A promotora de fundações Failde Mendonça explica que a reunião com os órgãos responsáveis tem como objetivo definir ações para sanar o problema. “Após a reunião, nós pretendemos marcar um novo encontro, dessa vez com representantes do estado e do município, para encontramos as soluções necessárias”, explica.
O diretor administrativo do Hospital Sanatório, Júlio Bandeira, informa que a situação dos hospitais filantrópicos de Alagoas é de pré-falência, e que nenhuma das instituições de saúde do estado tem condições de pagar o 13º salário dos funcionários, devido a situação atual.
“Fora esse problema do repasse, o Estado, através do Ipaseal [plano de saúde para os servidores estaduais], nos deve R$ 1,857 milhão. A situação fica mais preocupante a cada dia, e, se continuar do jeito que está, ficará pior”, diz Bandeira.