Preso pela 2ª vez, ex-presidente da OAS chega à sede da PF em Curitiba
O ex-presidente da OAS José Aldemário Pinheiro, conhecido como Léo Pinheiro, preso em São Paulo nesta segunda-feira (5), chegou à Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba (PR) por volta das 15h. A prisão preventiva do empresário foi decretada pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância. Segundo Moro, Léo Pinheiro agiu para obstruir investigações relacionadas às irregularidades descobertas na Petrobras.
O advogado Edward de Carvalho, que representa o empresário, disse que está analisando os autos e por enquanto não irá se manifestar sobre a prisão. Ele também relatou que vai entrar com um pedido de habeas corpus.
Léo Pinheiro fará ainda nesta segunda exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML) da capital paranaense. O procedimento é padrão e ocorre após a prisão.
Outras suspeitas
No despacho que decretou a prisão de Léo Pinheiro, Sérgio Moro destacou que tramitam ainda diversas investigações na Justiça do Paraná e no Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo supostas irregularidades cometidas pelo empresário, especialmente relacionadas a pagamentos de propinas a agentes públicos e políticos.
Entre elas está a investigação sobre suposto pagamento de vantagem indevida ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela OAS, com supervisão direta de José Adelmário Pinheiro Filho, na forma de entrega e reforma de apartamento triplex em empreendimento imobiliário. O ex-presidente Lula nega as acusações.
Trabalhos na CPMI
Ao decidir pela prisão, Moro afirmou ainda que em princípio há provas de que Léo Pinheiro teria ordenado o pagamento de propina ao ex-senador Gim Argello para obstrução dos trabalhos de investigação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, em 2014. De acordo com o juiz, foram acertados R$ 5 milhões – foi rastreado documentalmente o pagamento de R$ 350 mil.
Em 28 de agosto, Gim Argello foi interrogado pelo juiz Sérgio Moro e negou ter pedido propina para barrar convocações de empreiteiros investigados na Lava Jato na CPMI. O ex-senador está preso desde abril deste ano, quando a 28ª fase da Lava Jato foi deflagrada.
O juiz disse que o ex-presidente da OAS também coordenou juntamente com Júlio Camargo, colaborador da Lava Jato, ação conjunta entre as empreiteiras envolvidas no esquema criminoso na Petrobras para pagamentos de propina com o intuito de obstruir os trabalhos da CPMI.
“O pagamento de propina a parlamentar federal para impedir o regular funcionamento de Comissão Parlamentar de Inquérito é um claro ato de obstrução à investigação e é um indicativo de que há risco às instruções e investigações pendentes perante este Juízo e perante o Egrégio Supremo Tribunal Federal em relação às condutas de José Adelmário Pinheiro Filho”.
Fonte: G1