Candidatos apostam em doações de pessoas físicas para campanhas
Na “campanha da crise”, tornou-se um desafio colocar dentro do mesmo orçamento a receita e as despesas correntes que uma disputa pela sucessão da Prefeitura de Maceió apresentam.
Sem o tradicional financiamento empresarial, os comitês correm contra o tempo para cortar as despesas desnecessárias e alocar os poucos recursos legais em caixa da melhor forma.
Uma saída para o mais novo dilema são as doações eleitorais e, para isso, os candidatos apostam no maior engajamento da população ao apresentar as propostas, sejam nas redes sociais, sites e nas propagandas eleitoras. Em Maceió, os candidatos a prefeito podem gastar até R$ 4,5 milhões.
Dos sete candidatos que se lançaram a prefeito em Maceió paras as eleições em outubro deste ano, Rui Palmeira (PSDB), JHC (PSB) e Gustavam Pessoa (Psol) e Paulão (PT) prometem criar mecanismos digitais que possibilitem a doação de pessoas físicas.
Eles apostam que, ao passo que a população conhecer as propostas, o apoio as candidaturas vai crescer também com o respectivo financiamento. Cícero Almeida (PMDB) e Paulo Memória (PTC) analisam como se dará a captação dos recursos. Diante de um cenário desconhecido, os candidatos projetam “cautela”.
Segundo as assessorias de imprensa, Rui Palmeira e JHC vão oferecer em seu portais os caminhos e os motivos pelos quais a população deve ofertar ajuda para o andamento da disputa eleitoral.
Para Gustavo Pessoa, o financiamento é uma alternativa para os eleitores conhecerem de perto os candidatos e sua história. “Vai ser uma campanha de engajamento, com o coração”, disse o psolista. Por sua vez, Paulão ainda analisa como fará o processo para captar os recursos para o pleito. De acordo com Almeida, sua campanha será feita por meio da ajuda dos “amigos”.
Ao lado de advogados, diversos candidatos a prefeito no Brasil ainda analisam como realizar os financiamentos coletivos, já que as “vaquinhas virtuais” foram proibidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Há o temor que, mesmo com a ausência de recursos empresários, a captação do financiamento por pessoas física resulte na inelegibilidade.
No Rio de Janeiro, o candidato a prefeito, Marcelo Freixo, em uma semana de campanha de financiamento coletivo na internet, bateu o recorde nacional de doadores individuais: 1.637 pessoas. O valor total arrecadado superou os R$ 132 mil. O modelo do psolista carioca deve ser o adotado na disputa em Maceió.
As mudanças nas regras da eleição são frutos da minirreforma eleitoral. Além do fim do financiamento eleitoral, a proposta aprovada reduziu o tempo da campanha eleitoral de 90 para 45 dias, que começou na última terça-feira.
O período de propaganda dos candidatos no rádio e na TV também foi diminuído de 45 para 35 dias, com início em 26 de agosto, no primeiro turno. Assim, a campanha terá dois blocos no rádio e dois na televisão com 10 minutos cada. Além dos blocos, os partidos terão direito a 70 minutos diários em inserções, que serão distribuídos entre os candidatos a prefeito (60%) e vereadores (40%).
Neste pleito, essas inserções somente poderão ser de 30 ou 60 segundos cada uma. A ideia da redução do período e diminuir os custos e tornar as eleições mais “limpas”.
*Com Gazeta Web