Cresce número de assaltos a pedestres em Maceió
Em Maceió, de janeiro a julho de 2016 foram registrados 3.545 casos de roubos a pedestres, o que corresponde a 1.129 assaltos a mais do que o mesmo período do ano passado. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP-AL), o celular é o objeto mais comum levado pelos criminosos.
Ainda segundo a SSP, os bairros do Tabuleiro, Cidade Universitária, Jacintinho, Benedito Bentes,Jatiúca, Centro e Farol são responsáveis por 50% das ocorrências registradas na capital.
Edmilson Lima não faz parte desta estatística porque ele não quis formalizar a denúncia, mas conta que teve o celular e outros documentos roubados em maio deste ano no centro da capital.
“Fui sacar dinheiro no banco por volta das 19h40. Eu estava no caixa e, quando eu saí me abordaram. Sacaram a arma, pegaram celular, dinheiro, subiram na moto e fugiram. Eu não prestei queixa. Não confio em que dê em alguma coisa”, disse Lima.
Violência
Um caso bastante conhecido foi o de uma adolescente de 16 anos que foi espancada ao ser assaltada em março deste ano. O crime, que aconteceu em uma rua próxima a Avenida Amélia Rosa, na parte baixa de Maceió, foi registrado por câmeras de um circuito de segurança de um prédio. Dois suspeitos de cometer o crime foram presos.
Para o tenente coronel Bolivar, do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), os pedestres precisam ter atenção ao circular nas ruas porque o celular atrai os criminosos.
Segundo ele, o fato dos pedestres atenderem ligações, reponderem mensagens e, mais recentemente, caçar pokémons pela rua, facilita a vida dos bandidos. Fazendo com que alguns criminosos acabem se especializando no roubo de celulares.
“O celular hoje passou a ser moeda de troca para a compra de drogas, e até para fazer parte de organizações criminosas. Então, existem pessoas que são especializadas em praticar esse tipo de delito. Se a gente pegar a ficha da maioria dos bandidos, vai acabar encontrando roubo ou furto de celular”, afirma Bolivar.
“A gente enxerga isso com muita preocupação. Hoje temos que desenvolver na população a cultura de segurança, para que a pessoa não se torne mais uma vítima. Tudo o que você puder fazer para evitar assalto, roubo é bem-vindo”, diz o tenente-coronel.
Recomendações
Algumas atitudes simples podem oferecer mais segurança no momento de levar o celular para a rua. “Não ande com o celular na mão nem no bolso de trás da calça. Isso aguça a vontade do ladrão. Também não ande digitando em locais com pouca circulação de pessoas. Não atenda ao celular na rua. Se precisar, entre em algum estabelecimento comercial”, aconselha o tenente-coronel.
Entre os bairros onde se registram os maiores números de roubos de celulares, está a Jatiúca. A orla dela, da Pajuçara e da Ponta Verde estão sempre movimentadas com turistas, mas desde o lançamento de Pokémon GO, há jogadores andando sozinhos ou em grupos a qualquer hora do dia, já que na região é grande a quantidade de monstrinhos para capturar.
Só no corredor Vera Arruda há pelo menos 4 Pokéstops, lugares onde é possível obter itens, e alguns ginásios. Segundo o tenente-coronel Neyvaldo Amorim, subcomandante do Comando de Policiamento da Capital (CPC), o aumento no movimento naquela região tem chamado a atenção da PM.
“Estamos acompanhando esse aumento. O policiamento lá é feito pela Radiopatrulha (RP) e pela cavalaria, que se revezam a cada dia. São 12 policiais ao todo. Houve queda considerável de roubos naquela região, mas continuamos atentos”, explica o tenente-coronel.
Amorim diz também que os policiais vêm aconselhando os jogadores que se aventuram pelo local. “Dizemos a todos para que prefiram jogar em grupo, já que isso inibe a ação dos bandidos, e que fiquem atentas ao que acontece ao seu redor, evitando também áreas com pouca iluminação. Os pais devem ficar atentos às crianças, não deixando que elas andem sozinhas”, conclui Amorim.Cresceu 46,7% este ano.
O levantamento repassado à reportagem do G1 pela SSP mostra que neste ano, até a primeira semana de agosto, foram 3.647 roubos a pedestres na capital. Em comparação com o mesmo espaço de tempo de 2015, o número de ocorrências cresceu 42,24%. No ano passado, contando com todos os dias de agosto, foram 2.846 casos.
G1 AL