Agressões e tiros movimentam cenário político em Tanque d’Arca

 

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A tensão política na pequena Tanque d’Arca começa a esquentar nesse início da corrida eleitoral. Entre a tarde de domingo (7) e a madrugada desta segunda-feira, dois fatos criminosos envolveram políticos da cidade.

O primeiro deles, ocorreu ainda na tarde do domingo. O servente de pedreiro Carlos Cassiano da Silva, de 33 anos, afirma ter sofrido agressão e ameaças dos candidatos a prefeito e vice, pai e filho, respectivamente, José Rubens e Manuel Valente, do PSDB e PP.

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Manuel Valente e José Rubens são acusados de agredir servente de pedreiro.

De acordo com o Boletim de Ocorrência ao qual a reportagem teve acesso com exclusividade, o servente afirma que foi contratado por Manuel Valente para realizar uma reforma em sua residência. Além dele, foi solicitada a contratação de outros quatro ajudantes.

A vítima relata que o acerto foi efetuar o pagamento semanal de R$ 1.250. Manuel Valente, já na primeira semana deu sinais de que não iria honrar seu compromisso, ao oferecer apenas R$ 500 pelos serviços. Somente após a recusa do servente de pedreiro, pois teria que pagar aos demais trabalhadores, o candidato a vice-prefeito pagou o valor integral.

Passada mais uma semana, o pagamento foi, por mais uma vez, atrasado. No domingo, dia 8, a vítima afirma que estava num evento de motociclistas em Tanque d’Arca, quando avistou o suposto agressor.

Ao ser indagado sobre o pagamento, Manuel Valente, chamou o trabalhador para uma conversa mais reservada que aconteceu numa academia localizada em frente à praça central da cidade. A proprietária fechava as portas, quando atendeu a um pedido do suposto agressor e deixou o mesmo entrar com a vítima.

A resposta recebida por Carlos Cassino, já no interior da academia, foi ver o contratante partir em sua direção e, segurando na gola da sua camisa com as duas mãos, começou a proferir as ameaças. Logo em seguida, de acordo com o depoimento da vítima, chegaram José Rubens e um segurança ainda não identificado. Ainda, segundo a vítima, José Rubens chegou a jogar um copo de cerveja em seu rosto.

Carlos Cassiano, mesmo temendo pela própria, já que teria sido ameaçado de morte pelos agressores, resolveu procurar a Polícia Civil em Palmeira dos Índios para formalizar a queixa, já na manhã desta segunda-feira.

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Em conversa com a reportagem, o servente de pedreiro, quer justiça. “Isso não pode ficar impune. Sou um trabalhador”, finalizou.

 

Na casa do vereador

2O outro fato que chamou a atenção da população de Tanque d’Arca ocorreu por volta das 4h40 desta madrugada de segunda feira (8). O vereador Zé Luiz (PMN) dormia com sua família quando acordou assustado pelo barulho provocado por vários disparos de arma de fogo contra sua residência.

“Foram pelo menos quatro”, relatou. Os disparos atingiram a fachada da sua residência e também seu veículo, um Uno, de cor cinza e placas OHJ 6708/AL, que ficara estacionado durante a noite no local. Uma das balas atingiu e trincou o para-brisa do carro.

O vereador, que é presidente da Câmara Municipal e ex-prefeito interino por apenas dois meses, nesse primeiro momento, não quis fazer ligação do fato com o conturbado momento político da cidade. “O clima não está tenso em Tanque d’Arca. Não posso atribuir [a autoria] a ninguém. Pode ter conotação política, mas não sei de onde partiu”, afirmou.

Zé Luiz, externando tranquilidade em sua voz pelo telefone, disse à reportagem que optou por manter as coisas tranquilas, embora tenha viajado para outra cidade para confeccionar o Boletim de Ocorrência. “Minha esposa está trabalhando e nós não iremos sair de casa por causa disso”, falou o vereador. “A vida continua. Não posso ter outro posicionamento agora”.

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Fonte: Tribuna Independente

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