Candidato a prefeito em Maragogi é acusado de trocar consultas por voto
O médico reumatologista e pré-candidato a prefeito na cidade de Maragogi, Fernando Sérgio Lira Neto, está sendo acusado de trocar atendimento médico realizado supostamente em sua residência por votos. Em entrevista à imprensa do município, ele confirmou que assiste pacientes ”carentes” e que, diante da demanda, sua casa parece uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Nas redes sociais, circulam imagens de pacientes comentando que foram atendidos na casa do pré-candidato e que, ”caso alguém tenha algum problema médico”, Fernando Sérgio Lira encontra-se à disposição para ofertar o atendimento clínico em questão. Nas mensagens, os pacientes que fazem o convite relatam que o atendimento é “0800 e por amor à sua terra, que é Maragogi”‘.
A denúncia do suposto atendimento médico em troca de voto deve ser encaminhada ao Ministério Público Federal (MPF) com o objetivo de que o órgão realize diligências no sentido de constatar se, de fato, existe a troca de atendimento médico por votos.
Comprovando-se a prática, o profissional pode ser punido, visto que, em seu texto de norma e condutas, o Código de Ética dos Médicos é taxativo ao apontar que “o trabalho do médico não pode se explorado com finalidade política ou religiosa”.
Não sou candidato
Ao ser ouvido pela Gazetaweb, Fernando Sérgio Lira Neto disse que não é candidato a prefeito na cidade de Maragogi, já que até o momento seu nome não foi homologado oficialmente na Convenção Partidária do PP. Ele disse também que o atendimento médico não é realizado na sua casa, mas em uma ”pequena clínica ao lado de sua residência”.
“Sou médico há mais de 34 anos e nunca deixei de atender os pacientes. Como não sou candidato, posso atender quem eu quiser, se não o fizer estarei indo contra o meu dever de ofício. Antes de ser político, sou médico. Minha rotina é atender gente, independentemente de ligação partidária”, expôs o pré-candidato.
Por fim, Fernando Sérgio Lira esclareceu que o atendimento na sua clínica cresce em virtude de uma crise na saúde pública de Maragogi. Segundo ele, há pessoas morrendo na cidade por falta de atendimento. “Pacientes estão morrendo com pressão alta. Diante disso, não posso negar atendimento a ninguém”, concluiu.