Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado voltam a trocar de farpas
Após protagonizarem uma discussão acalorada sobre o andamento de processos na última semana, os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Anselmo Brito e Cícero Amélio voltaram a ser o centro das atenções nesta terça-feira (26).
O primeiro fez um protesto silencioso, ao colar no computador usado na sessão desta manhã uma placa na qual estava escrito “Dodói pelo interesse público”. Já o segundo aproveitou o encontro para “cutucar” o colega.
Na última semana, Brito reclamou da suposta demora de Amélio para devolver processos para o pleno. Segundo ele, em alguns casos, os processos estariam há sete anos parados à espera de devolução, o que iria de encontro ao “zelo dos processos”.
Por sua vez, Amélio voltou a repetir, em entrevista, que achava que o conselheiro era doente. Ele reafirmou que pediria ao Tribunal de Contas do Estado para fazer um exame psicológico em Brito.
Nesta terça-feira, Amélio disse que não fez nenhuma manobra para retardar processos e que os documentos com os quais estava não continham a defesa dos gestores, por isso a demora. O conselheiro aproveitou para dar o troco na mesma moeda e disse que Brito está com processos retidos há oito meses.
“Eu não fiz manobra nenhuma, mas e os processos que estão com o conselheiro Anselmo há 8 meses? Quantos processos estão com ele e não estão sendo julgados? Essa é uma forma teatral de cobrar. Todo o estado sabe como o conselheiro Anselmo é uma pessoa teatral”, afirmou.
Segundo Amélio, em nenhum momento ele disse que Brito apresentava “desordem mental”, mas ressaltou que vai pedir para que o TCE realize exames, já que ele se sente ameaçado. “O que declarei é que vou pedir para que o Tribunal realize exames psicológicos e psiquiátricos para avaliar isso, porque acho que estou correndo risco de morte ao lado dele”, concluiu.
Anselmo Brito afirmou que as críticas recebidas são reflexos das cobranças da última sessão.”Tendo em vista a repercussão e o lapso de alguns processos que estão com pedido de vista há sete anos, a cobrança está sendo efetiva. Essa postura dele depõe contra o Tribunal. Temos que ter zelo pelo bom funcionamento processual e pela instituição”
Sobre a acusação de estar com processos, ele garantiu que não está com documentos retidos há vários meses. “A situação com ele não é só essa, foram várias. É só ver os vídeos do pleno para conferir. E, quando você não tem o que justificar, como explicar, busca atacar, como ele tá fazendo”, ressalta o conselheiro
Sobre o protesto silencioso, Brito diz que esta foi a forma que encontrou para manifestar sua opinião. “Não fico à vontade com isso, mas não posso descer ao nível do conselheiro. Aquilo ali é um plenário e precisamos agir de acordo com o interesse público. Se ele acha que é teatral, que não faça do pleno um picadeiro”.
*Com Gazeta Web