Casal alagoano mostra rotina de bebê com microcefalia em rede social
O dia da chegada do primeiro filho foi também de surpresa para a jovem Alexia Annelycia Amaral Rocha, 18. Somente depois do nascimento, ela soube que o bebê tem microcefalia. A emoção da chegada da criança se misturou a incerteza de um universo até então desconhecido por ela e a família.
“Chegou o dia tão esperado. A chegada da pessoa mais especial da minha vida. Entrei na sala de cirurgia acompanhada por meu esposo. Quando Henri nasceu que chorou olhei pra ele e percebi que não estava tudo bem, mesmo sem ter a confirmação dos médicos já imaginava que nosso filho tinha microcefalia”, conta.
Alexia disse que fez todos os exames durante a gestação, mas que o médico que a acompanhava só suspeitou da má-formação um dia antes do parto. “O médico viu que o perímetro cefálico tinha estacionado, mas meu parto seria um dia depois por isso ele só contou a minha sogra”, relata.
Exames confirmaram que o bebê tinha microcefalia e, após o susto inicial, Alexia decidiu se informar sobre os cuidados que deveria ter com o bebê. “Meu medo maior eram as limitações que ele iria ter, o preconceito que iria sofrer. Mas parei de pensar assim e decidi agir, fazendo as fisioterapias, estimulando como posso, colocando a saúde dele como prioridade”, disse.
Alexia começou a postas fotos do filho em suas redes sociais pouco tempo depois que ele nasceu. Ela conta que depois decidiu fazer um instagram só para ele porque recebia muitos pedidos para que colocasse mais fotos e pensou em um espaço reservado para quem quisesse acompanhar o dia a dia do bebê.
“Quando a página foi criada, havia poucas pessoas e, aos poucos, tomou uma proporção que não esperávamos. Começamos a receber muitas mensagens privadas não só de mães, mas de gestantes e outras pessoas com dúvidas sobre a microcefalia”, conta.
Alexia e o marido, Carlos Eugênio Sampaio Bezerra, postam fotos do dia a dia, do desenvolvimento do filho e de comemorações mensais de aniversário. “As postagens sempre foram despretensiosas. Não esperávamos que tantas pessoas seguissem a página. Muitas perguntam sobre a rotina do meu filho, tiram dúvida a respeito do tratamento”, disse o pai.
Motivação
A página no Instagram tem mais de 17 mil seguidores. Bezerra conta que um fator importante que os motiva a manter as postagens é que elas pode servir para diminuir o preconceito com relação a microcefalia.
“Muitas pessoas têm a ideia de que uma criança com microcefalia é mais vegetativa. E nós mostramos que o Henri esta aprendendo a interagir e faz muitas atividades com a família”, fala o pai.
Ao falar sobre as dificuldades em ter um bebê com microcefalia, Alexia diz que cada dia que os obstáculos só fortalecem a família e o amor pelo filho aumenta a cada dia.
“A vida não é como nós queremos e planejamos, mas sim como Deus quer. E aprendi uma grande lição: Deus da filhos especiais a pais especiais. Hoje nem eu nem meu esposo nos imaginamos sem nosso guerreiro. Sem nosso príncipe Henri. O amor ultrapassa os padrões, a deficiência. Farei de tudo pela saúde e proteção dele”, completa.
G1 AL