Integrante de quadrilha comandada por ex-deputado é condenado
O réu Rogério de Menezes Vasconcelos foi condenado a 27 anos e três meses de reclusão pela morte do servente de pedreiro Carlos Roberto Rocha Santos, ocorrida em agosto de 2004, na Capital. O julgamento, iniciado na manhã desta quarta-feira (20), no Fórum do Barro Duro, terminou por volta das 18h20. Os jurados rejeitaram a tese de negativa de autoria e condenaram o réu por homicídio qualificado, sequestro e formação de quadrilha. Rogério Vasconcelos vai apelar da decisão em liberdade.
“Considerando que o acusado permaneceu solto durante o curso do processo, sem que houvesse manifestado qualquer interferência, concedo o direito de recorrer em liberdade, aplicando-lhe as medidas cautelares do artigo 319 do Código de Processo Penal, até julgamento em segunda instância, quando então o réu deverá ser recolhido ao sistema carcerário para o cumprimento de sua pena”, afirmou o juiz John Silas da Silva, que presidiu o julgamento.
O réu terá que comparecer a juízo no dia 20 de cada mês para justificar e comprovar suas atividades, não poderá se ausentar da comarca sem autorização prévia e terá que se recolher até as 20h, saindo de casa após as 6h. Também não poderá portar arma ou apresentar-se embriagado publicamente. A acusação foi feita pela promotor de Justiça Carlos Davi Lopes Correia Lima e a defesa teve à frente o advogado Raimundo Palmeira.
O caso
Rogério Vasconcelos foi acusado de integrar a quadrilha comandada pelo ex-deputado estadual Luiz Pedro da Silva, condenado, em 2015, como autor intelectual do crime. O grupo, segundo o Ministério Público de Alagoas (MP/AL), tinha características de milícia privada e atuava para ceifar a vida de pessoas que não seguiam as determinações do ex-deputado.
De acordo com os autos, na madrugada de 12 de agosto de 2004, Carlos Roberto estava em casa, no bairro Clima Bom, na companhia da esposa, quando quatro homens invadiram o local e o sequestraram. Posteriormente, efetuaram diversos disparos contra a vítima, que não resistiu aos ferimentos.
Segundo o MP/AL, a morte do servente de pedreiro ocorreu porque ele não teria se dobrado às arbitrariedades e caprichos da quadrilha. Os quatro homens que foram denunciados como autores materiais do crime foram Adézio Rodrigues Nogueira, Laércio Pereira de Barros, Naélson Osmar Vasconcelos de Melo e Leoni Lima. Os réus já foram julgados e condenados em dezembro de 2008.