Deputado alagoano cotado para Ministério do Turismo é réu no STF
O nome do deputado Marx Beltrão, do PMDB de Alagoas, é o mais cotado para assumir o Ministério do Turismo. O cargo está vago desde junho.
O presidente em exercício, Michel Temer, havia decidido que a vaga seria da Câmara dos Deputados, com indicação de Renan Calheiros, presidente do Senado.
Dessa fórmula saiu o nome de Beltrão. É que a bancada do PMDB de Alagoas, terra de Renan, só conta com um deputado em exercício, que é Marx Beltrão.
Beltrão responde a uma ação penal por crime de falsidade ideológica. Ele foi prefeito de Coruripe, em Alagoas, entre 2005 e 2012. E, pela denúncia do Ministério Público, fraudou informações sobre a dívida do município com a Previdência pra impedir o bloqueio da transferência de verbas da União.
Oficialmente, Renan Calheiros nega que tenha indicado ou até mesmo sugerido o nome do deputado. Segundo ele, isso seria incompatível com a independência entre os poderes. Apesar do recesso, o deputado esteve na Câmara nesta terça-feira (19).
Em nota, o deputado que apesar de não ter recebido convite oficial está preparado para contribuir. Disse ainda que não poderia deixar de dialogar com o presidente do partido em seu estado, Renan Calheiros, antes de tomar qualquer decisão.
Sobre o processo no Supremo, Marx Beltrão disse que está tranquilo, que as informações, que ele chama de imprecisas, foram elaboradas pela assessoria, e que ele assinou o documento como gestor em confiança ao corpo técnico. Disse ainda que, assim que descobriu o erro, determinou o pagamento imediato da dívida.
Em pouco mais de dois meses de governo Temer, três ministros já deixaram os cargos por questões ligadas à Justiça. Eles apareceram em gravações de um delator da Lava Jato. O ex-ministro da Transparência Fabiano da Silveira, o ex-ministro do Planejamento, Romero Jucá, que é réu, e o ex-ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, investigado.
Michel Temer já desabafou a interlocutores no Planalto que ‘Renan poderia indicar outro nome’. Mas ele tem sido pressionado pelo presidente do Senado. Pelo menos por enquanto, Temer não disse nem que sim, nem não. Nesta terça ele janta com os presidentes da Câmara e do Senado e deve discutir o assunto.
G1