‘O censor impiedoso’: Biu de Lira figura entre os políticos que mais brigam na Justiça contra a mídia
O senador Benedito de Lira (PP) figura, ao lado da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), entre os políticos brasileiros que mais entraram na Justiça contra empresas de mídia pedindo retirada de notícias, comentários ou outras informações do ar que são direcionados a duas redes sociais: Facebook e Twitter. As ações judiciais são contra a publicação de informações sobre eles.
No topo do lista, está o ex-senador pelo estado de Roraima, Expedido Júnior. Em segundo lugar, empatados, figuram Dilma Rousseff, Benedito de Lira e o senador pelo Rio de Janeiro, Marcelo Crivela (PRB), com seis cada.
O levamento faz parte da recente atualização da base de dados do projeto Ctrl+X, da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). A iniciativa mapeia as ações judiciais de candidatos e partidos para cercear a publicação de informações sobre eles.
O foco dos processos em redes sociais acompanha tendência verificada em recente pesquisa do Ibope, que mostra que 51% dos eleitores brasileiros recebeu informações sobre política pelo Facebook, Twitter ou WhatsApp nos últimos 12 meses.
O levantamento afirma que 56% dos eleitores que receberam as mensagens mudaram para pior a imagem quem fazem de políticos, um dos motivadores dos pedidos de remoção de conteúdo.
As queixas mais comuns dos políticos nas ações catalogadas pelo Ctrl+X são violação à legislação eleitoral (dois terços dos casos) e difamação (metade dos processos). Pelo levantamento, é possível verificar também quais políticos mais acionaram a Justiça em cada um dos estados e em quais partidos isso ocorre com mais frequência.
O projeto agora contabiliza mais de 1.200 ações na justiça eleitoral. O alvo mais frequente desse tipo de pedido de retirada de conteúdo é o Facebook, réu em 865 (71,5%) processos catalogados. Já o Twitter, terceiro mais acionado na Justiça, é réu em 2,5% das ações. A segunda empresa mais visada com ações para remoção de conteúdo é o Google, citado em 191 (15,8%) das ações.
Fonte: Gazeta Web