Portugal vence a França e é campeão da Eurocopa

“Portugal Allez”. Do grito mais cantado pela torcida, a alegria, o desabafo e o resumo de uma campanha com a cara do país, sofrida desde o início, mas com um final feliz. Mesmo sem Cristiano Ronaldo, fora de combate por lesão ainda no primeiro tempo, os lusos se desdobraram na resistência à invasão francesa na final da Euro no Stade de France, venceram graças a um gol de Éder, aos quatro minutos do segundo tempo da prorrogação, e conquistaram o primeiro título na história do país. A redenção 12 anos depois da derrota para a Grécia na final em casa teve um sabor especial: foi no território para onde seus migrantes mais vão nas últimas décadas. Numa casa quase portuguesa, uma festa, com certeza.

2016-07-10t211947z_111187187_mt1aci14477575_rtrmadp_3_soccer-euro-por-fraPRIMEIRO TEMPO

Completos para a final, a França repetiu a equipe, e Portugal começou com duas alterações no sistema defensivo: Pepe, recuperado de lesão, e William, de volta no lugar de Danilo à frente da zaga. Mas isso ficou em segundo plano com a saída precoce de Cristiano Ronaldo, aos 23 minutos. Houve um anticlímax com a falta de uma das principais atrações do espetáculo. Os anfitriões dominaram como o previsto, com mais chances de gol (7 contra 3), só que os lusos tiveram dificuldades em concatenar jogadas de ataque sem seu principal artilheiro.

SEGUNDO TEMPO

Sem modificações no intervalo, a França voltou mais à frente, e Portugal se retraiu. A cada investida, os lusos se desdobravam na marcação, sem ter válvula de escape para contragolpear. Logo aos 11, Deschamps trocou Payet, sumido desde a saída de CR7, por Coman. Griezmann quase fez de cabeça aos 20, assim como Giroud teve chute cruzado espalmado por Rui Patrício, 29. Fernando Santos respondeu com as entradas de João Moutinho e Éder, na tentativa de ameaçar um pouco mais. O que conseguiu, num cruzamento de Nani que quase entrou e numa bicicleta de Quaresma, ambas defendidas por Lloris, aos 34. O goleiro luso voltou a aparecer bem numa tentativa de fora da área de Sissoko, aos 39. Gignac assustou acertando a trave depois de deixar Pepe no chão dentro da área, aos 46.

MEIO TEMPO

O jogo durou 23 minutos para Cristiano Ronaldo. Mal tinha tocado na bola quando, aos sete, levou de Payet uma pancada no joelho esquerdo, no meio de campo. Caiu, gritou e o árbitro ignorou. Nem falta deu. Recebeu atendimento, voltou dobrando o joelho para testá-lo, e continuou mancando. Aos 16, sentou no gramado chorando. Saiu, colocou uma atadura, segurou no pique, não subiu para disputar pelo alto na área e não aguentou mais. Aos 23, jogou a braçadeira no chão, desabou e foi levado de maca para fora do palco onde pretendia brilhar. Uma pena para o espetáculo.

CHUTEIRA DE OURO EM BRANCO

Artilheiro da Eurocopa com seis gols, Griezmann teve duas chances para aumentar a conta no Stade de France. No primeiro tempo, entrou na área pela esquerda e deu um chute cruzado que chegou a balançar a rede, só que pelo lado de fora. No segundo, deu uma cabeçada que só não entrou porque a bola fez uma curva para cima que acabou a tirando da meta e levando a raspar o travessão. Terminou à frente de Cristiano Ronaldo, prata, e Giroud, bronze na disputa direta, só que sem a taça.

JOVEM DEMAIS

Renato Sanches sentiu a final. Em 15 minutos, deixou três bolas escaparem ao domínio. Indício de que não estava num bom dia. Foi substituído aos 33 minutos do segundo tempo justamente pelo herói do dia: Éder. Campeão aos 18 anos, levou o prêmio de melhor jogador jovem da Euro.

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