Centrão convoca reunião da Mesa para pressionar Maranhão

BetoMansur-Foto-AntonioCruz-AgenciaBrasil-30jun2016-viaFotosPublicasEstá marcada uma reunião da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados com o objetivo de pressionar o presidente interino da Casa, Waldir Maranhão, a antecipar para 4ª feira (13.jul.2016) a escolha do sucessor de Eduardo Cunha.

Há uma queda de braço em curso. Maranhão marcou a escolha do presidente da Câmara para 5ª feira (14.jul). O grupo ligado a Eduardo Cunha, o Palácio do Planalto e alguns independentes preferem fazer a eleição já na 3ª feira (12.jul).

Como não há consenso, o 1º secretário da Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP), articulou neste sábado (9.jul) uma reunião da Mesa Diretora da Casa para tentar um meio termo. “Queremos garantir que a eleição seja realizada. Vamos conversar e tentar marcar para 4ª feira, que é uma data mais razoável. Não faz sentido deixar para o último dia antes do recesso”, declara Mansur.

A Mesa Diretora da Câmara tem 7 integrantes. Agora, está desfalcada de 1 deles, Eduardo Cunha, que renunciou ao cargo na última 5ª feira (7.jul). Dos 6 que sobraram, 4 assinam a convocação: o 1º secretário Beto Mansur; a 3ª secretária, Mara Gabrilli (PSDB-SP); o 2º vice-presidente, Fernando Giacobo (PR-PR), e o 4º secretário, Alex Canziani (PTB-PR).

Não assinaram o 1º vice-presidente, Waldir Maranhão (PP-MA), e o 2º secretário, Felipe Bornier (Pros-RJ).

Waldir Maranhão e seu grupo político acham que não precisam ceder. Querem manter a eleição na 5ª feira que vem. O entendimento é que cabe ao presidente da Câmara (no caso, Maranhão) marcar a data da disputa. O Regimento Interno dos deputados permite essa interpretação.

Já o grupo contrário a Maranhão argumenta que se a maioria dos deputados ou a maioria dos integrantes da Mesa da Câmara arbitrarem por outra data, haverá uma mudança.

Há argumentos a favor dos 2 lados. Ninguém fala ainda em ir ao Supremo Tribunal Federal, mas essa é uma hipótese não descartada.

Essa discussão a respeito da data da eleição do futuro presidente da Câmara, que ocupará a cadeira de Eduardo Cunha, é um indicador sobre a imprevisibilidade da disputa.

Há mais de 10 nomes já anunciados como candidatos a presidente da Câmara. Será um mandato tampão que termina em 31 de janeiro de 2017. Alguns grupos acham que a escolha tem de ser feita o quanto antes. Outros, preferem esperar um pouco mais para tentar articular e eleger algum deputado que seja mais independente –sobretudo em relação a Eduardo Cunha, que enfrenta um processo de cassação.

Há deputados pré-lançados como candidatos achando que Waldir Maranhão está apenas manobrando. Na 5ª feira que vem, Maranhão poderia cancelar a eleição e deixar tudo para agosto. A Câmara só trabalha semana que vem. Depois, entra em recesso por duas semanas.

UOL

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