Alta do preço do feijão faz brasileiros mudarem cardápio tradicional

No Brasil, o preço do feijão está fazendo muita gente desistir do prato mais tradicional da culinária brasileira. Mas ele é apenas um dos produtos que têm pressionado o orçamento das famílias.

Quem diria que esse casamento um dia poderia acabar?

“A separação do feijão e do arroz,  não vai, separou, agora já era”, diz a dona de casa.

Pois é, o feijão saiu de casa.

“Eu não vou levar, muito caro, dói no bolso”, diz outra consumidora.

Está doendo em muita gente.

“Não dá, muita grana, gente! Pro feijão? Muito dinheiro, só se ganhar na Mega-Sena”, diz um senhor.

Também não exagera, né? Não precisa ser na Mega-Sena.

“Estou chegando da festa junina dos meus dois netinhos lá em São Caetano e de prenda estava dando um quilo de feijão”, conta uma senhora.

Um prêmio e tanto! Nos últimos 12 meses, o preço do feijão carioca já subiu mais de 58%.

Nesta semana, o presidente em exercício, Michel Temer, até liberou a importação de feijão para ver se o preço baixa.

“Se fosse só o feijão, que está caro, estava bom”, diz um consumidor.

É, mas não é só o feijão mesmo. Aliás, se você resolver levar um pacotinho para casa, ele pronto vai ficar mais caro ainda por causa do preço do tempero. Cem gramas de alho, que a gente usa para praticamente tudo na cozinha, estão custando, na média, mais que um dólar.

E a gente faz essa comparação porque, nesse caso, o preço varia com o dólar, já que o alho é importado. A alta nos últimos 12 meses passa dos 62%. E alho na cozinha é que nem dinheiro na mão: vai embora rapidinho.

“Dá R$ 5 só dois e não dá para nada, né?”, diz a consumidora.

Nesse ritmo, está difícil encher o carrinho.

“R$ 8 o quilo da batata, onde que nós vamos parar com isso?”, reclama uma senhora.

“A tendência é termos uma redução sim. Os alimentos que estão na mesa do brasileiro é que estão sofrendo mais neste momento estiagem no lugar errado, chuva no lugar errado e a expectativa é que o regime de chuvas e o clima sejam um pouquinho mais tranquilos pra gente e que os preços caiam agora no segundo semestre”, explica Fábio Gallo, professor de finanças da FGV.

Enquanto isso, o pessoal está dando um jeito, trocando o feijão carioca pelo fradinho, mais barato.

“Eu não gosto muito, mas deu para comer!”, diz outra consumidora.

Ou fazendo render. Bota mais água no feijão?

“Tem que pôr, né, bastante água”, diz um consumidor.

JN

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