Itália escolhe novo governo em mais de 120 cidades neste domingo

6Cerca de 2,8 milhões de italianos votam neste domingo (19) no segundo turno das eleições para renovar as prefeituras em 126 cidades, entre elas Roma, Milão, Turim, Bolonha e Nápoles.

Os colégios eleitorais abriram às 7h do horário local (2h em Brasília) e devem fechar às 23h (18h em Brasília). A apuração deve durar várias horas e os resultados definitivos só serão conhecidos na manhã da segunda-feira.

O segundo turno foi necessário nas principais cidades do país, onde nenhum dos candidatos conseguiu superar 50% dos votos no dia 5 de junho.

Disputa em Roma
Com 35% dos votos no primeiro turno, em 5 de junho, Virginia Raggi, de 37 anos, candidata do Movimento 5 Estrelas (M5S, partido populista) do comediante Beppe Grillo, está 10 pontos à frente de Roberto Giachetti, apoiado pelo Partido Democrata (PD, partido centro-esquerda) do chefe de governo Matteo Renzi..

“Hoje é um dia muito especial, finalmente teremos a oportunidade de ter alguém novo que pode mudar as coisas. Todos os outros falharam, esperamos que eles consigam”, comentou à AFP Aldo, um aposentado de 72 anos depois de votar em Roma no M5S.

O PD também está em dificuldades em Turim, onde seu atual prefeito é ameaçado por uma jovem candidata do M5S, e especialmente em Milão, a capital econômica do país, onde seu candidato Giuseppe Sala (38,5%) está praticamente empatado com o candidato de centro-direita Stefano Parisi (38,4%).

O duelo esquerda-direita também é acirrado em Bolonha, mas o partido de Renzi nem sequer chegou ao segundo turno em Nápoles, onde o prefeito de esquerda Luigi De Magistris está prestes a conquistar um novo mandato.

Uma análise nacional dos resultados, todavia, continuam delicada, o M5S está ausente em Nápoles, Bolonha e Milão, enquanto a direita está em frangalhos em Roma, mas unida em Milão.

Há semanas, Renzi tenta minimizar a importância dessas eleições, repetindo que “a mãe de todas as batalhas” políticas permanece para ele sendo o referendo previsto para outubro sobre a sua reforma constitucional, que em caso de fracasso ele prevê renunciar.

Partido populista têm resultados positivos
Já para o M5S os resultados parecem positivos. Fundado em 2009 e segundo maior partido, com 25% dos votos nas legislativas de 2013, tem conquistado o eleitorado com suas propostas à direita e à esquerda, além de denunciar uma classe política corrupta.

‘Possível ruptura do sistema’Este é o discurso que Raggi repetiu durante toda a sua campanha, sem entrar em detalhes sobre o seu programa para recuperar uma cidade à beira do caos, com uma dívida de 12 bilhões de euros.

Esta eleição “destina-se a deixar um rastro na política italiana, marcando uma descontinuidade e uma possível ruptura do sistema”, alertou no sábado em um editorial no jornal La Repubblica, Mario Calabresi.

Com o M5S, “se trata de escolher o novo e a simpatia, considerar a inexperiência política como um dos principais valores. E associar tudo isso à esperança”, disse ele, comparando seus militantes a passageiros que assumem os controles de uma aeronave para protestar contra os atrasos dos voos e os benefícios dos pilotos.

Enquanto isso, os principais pilotos abandonaram a cabine. Durante os últimos comícios eleitorais antes do “silêncio eleitoral” do fim de semana, Renzi estava na Rússia, Grillo ausente e Matteo Salvini, onipresente líder da Liga do Norte, estranhamente quieto.

Quanto a Silvio Berlusconi, que tenta em vão se manter na liderança da centro-direita, continua no hospital após uma cirurgia cardíaca.

 

Fonte” G1

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