Michel Temer diz que vai fazer governo de ‘salvação nacional’

3Diante de uma plateia de mais de 500 pessoas entre parlamentares, jornalistas e assessores, o presidente interino da República, Michel Temer, fez seu primeiro pronunciamento na tarde desta quinta-feira (12) no Palácio do Planalto. Em tom sóbrio e conciliador, ele garantiu na fala de 28 minutos a manutenção dos programas sociais e direitos trabalhistas e sinalizou para uma reforma na previdência e no pacto federativo, aumentando autonomia de estados e municípios. Ele ainda mencionou em diversos momentos a redução da máquina pública, afirmando que avançará nas parcerias público-privadas e que fará cortes na máquina pública reduzindo cargos de confiança.

Temer iniciou com a posse de 22 ministros, reduzindo o número de pastas mantidas por Dilma que era de 32. Depois abriu seu discurso afirmando que não era momento de celebração e que o país precisa de uma unificação de todos os setores para superar a crise.

— Reitero, como tenho dito ao longo do tempo, que é urgente pacificar a nação e unificar o Brasil. É urgente fazermos um governo de salvação nacional. Partidos políticos, lideranças, entidades organizadas e o povo brasileiro hão de emprestar sua colaboração para tirar o País desta grave crise em que nos encontramos.

Na sequência, ele disse que é preciso romper com a tradição de negar as conquistas de governos anteriores e reafirmou a importância dos programas sociais. O presidente interino garantiu que serão mantidos o Bolsa Família, Pronatec, Prouni, Minha Casa, Minha Vida e Fies. Para combater o desemprego, mencionado por Temer como a questão mais urgente para o Brasil em diversos momentos, ele sinalizou para medidas que favoreçam o empresariado e a iniciativa privada. Ele chegou a dizer que um dos lemas do seu governo é uma frase que leu na porta de um comércio “Aqui não tem crise, tem trabalho”.

— Teremos que incentivar, de maneira significativa, as parcerias público-privadas, na medida em que este instrumento poderá gerar emprego no País. Sabemos que o Estado não pode tudo fazer, depende da atuação dos setores produtivos. Empregadores de um lado, trabalhadores de outro. São esses dois grupos que irão criar a nossa prosperidade. Ao Estado, compete — vou dizer aqui o óbvio — compete cuidar da segurança, da saúde, da educação, ou seja, dos espaço e setores fundamentais, que não podem sair da órbita pública. O restante terá que ser compartilhado com a iniciativa privada.

O presidente interino foi muito aplaudido quando garantiu que irá cortar “milhares e milhares de cargos de confiança desnecessários”.

— É imprescindível recuperarmos os fundamentos da economia brasileira e melhorarmos significativamente o ambiente de negócios para o setor privado para que ele possa retomar sua vocação natural de investir, de produzir e gerar emprego e renda. […] A primeira medida na linha desta redução (dos gastos públicos) está, ainda que modestamente, aqui representada. Já eliminamos vários ministérios da máquina pública e, ao mesmo tempo, não vamos parar por aí.

Lava Jato

Outro momento de grande reação foi quando Temer anunciou que o lema oficial do seu governo seria o tema positivista “Ordem e Progresso” que está na bandeira do Brasil. Ele disse que governará com “o livrinho embaixo do braço” se referindo à Constituição e que terá extremo respeito pelas instituições.

Nesse momento ele elogiou a atuação do Ministério Público e da Polícia Federal na Operação lava Jato e garantiu que ela terá apoio e continuidade no seu governo, apesar de ter nomeado alguns ministros investigados pela operação, como os peemedebistas Romero Jucá (Planejamento), Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e Henrique Alves (Turismo).

— A moral pública será permanentemente buscada por meio de instrumentos de controle e apuração de desvios. Tomo a liberdade de dizer que a Lava Jato tornou-se referência e deve ter prosseguimento contra qualquer tentativa de enfraquecê-la.

 

Fonte: R7

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