Olho vivo! O jacaré do açude
Quando éramos guri, e lá se vão mais de 60 anos, corria uma história aqui em Palmeira dos Índios, de que havia um jacaré no tradicional açude da cidade. Havia até juramentos, e em posição de joelhos por parte de alguns ingênuos, garantindo ter visto a cachola do famigerado, avaliado, coisa espantosa para a época. No entanto, até hoje nenhuma pessoa comprovou de forma apropriada, a existência do réptil nas profundas águas, à época, responsáveis pela temida barragem do açude, salvo, aqueles que foram engolidos pelo próprio caimão.
Tal qual a história do inexistente jacaré (o termo “jacaré” se origina do termo tupi îakaré), na nossa política regional temos contos que se assemelham; para este pleito de 2016, há candidatos que juram que são candidatos, entretanto seus nomes não surgem nas pesquisas de intenção de votos, até então realizadas, e o “labafero” tem sido grande. Coitadas das pesquisas…
Alguns passaram bons anos de suas vidas por fora do convívio com o povo palmeirense, e continuam com as lições do velho lagarto do açude; quando todo mundo corria para vê-lo, ele sabiamente mergulhava, e nenhuma pessoa via. Outros se dizem acordados com determinados, quando nada disto calha, e por vezes o disfarce cai em forma de discurso. E, há outros que pelo nome que transportam, abarcam a tese de que jacaré é episódio do passado.
Darwin bem que está certo com a sua Teoria da Evolução; depois de passados tantos anos, quando tínhamos medo de atravessar a ponte do açude, ou irmos ao antigo Parque de Vaquejada por causa da maldita cabeça de jacaré, hoje tem sido agradável para todos nós, admiradores da fauna, contemplá-los de cabeça e corpo, tomando um chope gelado no tradicional Gota D’Água.
Na serenata desta história, alguns candidatos precisam aprender que até os répteis mudam de postura e não desaparecem para sempre. Aprendam a afundar! Não no açude da cidade. Porém, mergulhar intensamente, no sentido figurativo, atrelando aliado, improvisando algum tipo de marketing, e se disseminar ao povo com a cabeça de fora, e não escondida como o velho jacaré.
Aí então, será estranho não figurar em pesquisas, nem que seja com um alto índice de rejeição.
E, rejeitado que sou…
Fui!
Austrelino Bezerra