Golpe é convocar novas eleições, afirma senador Romero Jucá
O presidente em exercício do PMDB, senador Romero Jucá (RR), afirmou na noite desta segunda-feira (25) em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, que a eventual realização de novas eleições gerais ainda neste ano seria um golpe — numa alusão à posição do governo e de aliados de que o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff é um golpe.
Ainda de acordo com Jucá, a realização de um novo pleito seria “uma artimanha, uma manobra diversionista” do processo de impeachment ou uma “tentativa de melar o jogo”, fora das regras que preveem eleições para presidente apenas em 2018. “Fora disso, aí sim é golpe, é tentativa de anular a regra”, declarou.
Um dos principais articuladores do vice-presidente, Jucá disse ainda que Michel Temer é “o homem certo” para o momento de crise que vive o país. “Ele tem todas as condições de construir uma base de diálogo com o Congresso, porque ele foi criado naquele meio, ele é jurista, um constitucionalista,” afirmou.
Cortes e mudanças
Jucá defendeu a redução de ministérios e dos cargos comissionados no governo federal ao defender que as conversas de Temer com políticos não objetivam a distribuição de nomeações para sustentar um eventual governo.
Ele afirmou ainda que é preciso discutir a indexação dos gastos do governo com educação. Como argumento, ele citou que, em algumas cidades, haveria mais idosos do que crianças e adolescentes para que a cidade seja obrigado a separar 25% em investimentos em educação.
Citado em depoimentos da Lava Jato, o senador afirmou que seu partido defende a operação e as investigações. “Não há demérito em ser investigado, há demérito em ser condenado”.
Ex-líder do governo FHC, Lula e Dilma afirmou a respeito das declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que Temer não terá condições de governar o país, Jucá declarou o PT está involuindo. “Lamento ver o presidente nesta situação. Ele entrou na contramão, na correnteza dos fatos”.