Recursos economizados para não realização de Carnaval serão mesmo bem investidos?

Captura de Tela 2016-02-15 às 20.37.15-cropUma pergunta que não quer calar: “Será que pelo menos ao final de três meses, no mínimo, os recursos que os municípios gastariam para realizar as festas populares de Carnaval de rua, sob a alegação da crise generalizada, serão realmente empregados nos setores de Saúde e Educação, como se comprometeram os prefeitos pelo Brasil afora?”.

Segundo a maioria dos gestores, a crise financeira nacional e a epidemia de dengue vividas por muitos municípios brasileiros tiraram o brilho da maior festa popular do País. Enquanto algumas cidades realizaram um Carnaval enxuto, outras cancelaram a festividade para, possivelmente, equilibrar as contas ou reforçar o investimento em áreas como a Saúde e Educação. Vale salientar que alguns municípios de Alagoas já estão sem carnaval de rua há pelo menos dois anos, como é o caso de Palmeira, que pelo menos 30 anos atrás ainda era considerado o melhor e mais animado carnaval do Estado.

“É a crise”, assim justificaram os prefeitos que não realizaram o carnaval para o povo nas ruas. Interessante é ver que grandes municípios não fizeram a festa, enquanto outros de muito menores FPM e arrecadação colocaram o “bloco na rua” literalmente. Palmeira dos Índios não se deu nem ao trabalho de colocar um tecido sequer na cidade para a decoração, o que sempre foi tradicional, em alusão aos festejos de Momo. O ano passado, 2015, já não houve nada, e esse ano, apenas as prévias aconteceram, com vêm acontecendo ano a ano, por iniciativa e recursos próprios dos blocos e seus patrocinadores do setor privado, que já se tornaram uma marca registrada.

Impressionante e lamentável como as coisas boas e tradicionais da Terra dos Xucurus vêm morrendo, se acabando dia-a-dia. Parece até, aliás, com certeza, que o amor por essa terra e pelas mais verdadeiras tradições e raízes daqui não interessam de forma alguma ao Poder Público, que usa como desculpa esfarrapada a “crise”, que é uma realidade, mas que não afetou, em se falando em Carnaval, outras cidades de muito menor porte.

Será que teria a ver com mais um ano de eleições? Chega-se a acreditar que os recursos não gastos com a alegria de um povo tão sofrido poderia ter outra destinação. Afinal, comprar votos e arcar com demais gastos de campanhas políticas, com certeza, deve garantir uma possível vitória eleitoral, muito mais do que satisfazer a ânsia da população por raros momentos de lazer e descontração.

E as eleições municipais estão aí batendo à porta. Mesmo antes disso, esse povo tem que acompanhar se a verba que seria destinada ao seu Carnaval será realmente empregada pelo menos em Educação e Saúde.

Estamos pagando para ver talvez o improvável.

 

 

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