O rádio esportivo de hoje, e a qualidade do rádio que passou

“No começo deste ano se colocou em prática a junção das rádios Globo e CBN nas transmissões do futebol. Agora, quando a bola rola, o que vale é “Futebol Globo/CBN” –nome até bonito, mas ainda rejeitado por alguns integrantes da sua equipe. Ou se referem a ele com extrema má vontade, ou falam errado, caracterizando um tipo de atitude ou protesto que não se ajusta ao momento.

O mercado do rádio esportivo se estreitou demais nos últimos anos e os que dele participam, mesmo às custas de algum sacrifício ou contrariedade, devem batalhar pela sua preservação. A concorrência com os outros meios, e os prejuízos que vieram com ela, se acentuou muito nos últimos tempos. Atitudes como a acima descrita só jogam contra. A saída mais recomendável é batalhar pelo que ainda existe.

Pouco restou do que foi conquistado no passado. O que se deseja é ter de volta um rádio atuante, presente, com o seu dinamismo próprio e característico. Resgatar, enfim, um mínimo do que ele já foi. E não mais a acomodação de levar aos ouvintes o que os seus narradores, comentaristas e repórteres assistem na televisão.”

Este método de narrar jogos no rádio assistindo ao jogo pela televisão, é uma metodologia nunca vista na nossa região. Particularmente, em Palmeira dos Índios, as grandes jornadas esportivas sempre aconteceram “in loco”, mesmo com zero de retorno financeiro, fato que fez com que as transmissões esportivas tivessem passadas por momentos difíceis, e jogos deixasse de ser narrados.

Até mesmo jogos fora do estado, evitavam-se à época, o entrar em cadeia com a emissora X para retransmissão. Valia a audácia da emissora, por menor porte que tivesse, ir a busca do esporte, quer fosse em Maceió, Recife, Aracaju, e até mesmo no Rio de Janeiro. Por onde jogasse um clube alagoano, lá estava sempre uma, ou mais emissoras do estado. Era ponto de honra! Quer fosse em ondas médias, curtas, ou tropicais, porque neste tempo, não havia ainda a frequência modulada (FM).

Gratifica nos relembrar o rádio palmeirense, escola, e formador de excelentes profissionais, tendo inclusive, formado narradores que nos representaram em emissoras do Rio, São Paulo, Curitiba, Aracaju, Salvador, etc. É dificílimo deslembrarmos Antonio Manoel Góes, Arivaldo Maia, Josmário Silva, Waldemar (foi inclusive, goleiro do CSE), José Sineidy, Aloísio Alves, e tantos outros. Estes foram de fato, os catedráticos e instrutores do segmento esportivo do rádio do nosso estado. Justiça seja feita! Era do rádio romântico, ”feito na unha”, cujas histórias conservam-se nas lembranças de muitas cabeças brancas, as quais ainda difundem sabedoria por este Brasil afora.

Esta turma, não pela idade, mas pela noção, não embarcaria na rapidez de narração dos locutores de hoje, porque tal rapidez faz com que determinadas citações sejam incompreendidas pelo ouvinte, especialmente apelidos de atletas, cujo pecado é ainda acentuado pela ampliação do “eco”, instrumento que no nosso  tempo só era empregado no momento da  exclamação de gol. Muito embora, depois tenha ingressado em cena, discretamente, como um artifício de claridade na voz do locutor.

Equipe da Rádio Sampaio
Em pé, a partir da esquerda: diretor Gileno Sampaio, Antônio João dos Santos(falecido), Luiz Antônio Marques de Albuquerque, e Alberto dos Anjos; agachados, a partir da esquerda: Ronaldo Nogueira, Carlos Alberto Castelo e Francisco Reinaldo de Moura.

Vamos  lembrar ainda, Antônio João, Severino Rosa, Alberto dos Anjos, Ronaldo Nogueira, Luiz Antonio Albuquerque, Pedro Olímpio, Dr. Sebastião Lessa, Reinado de Moura, Raimundo Lessa, Dr. Antonio Augusto, Dr. Milton Jorge, e mais incontáveis talento, todos sob o comando de Gileno Costa Sampaio.

O advento da internet tornou-se um aliado fundamental ao rádio interiorano. Foram-se os “radinhos de pilha”, mas chegaram os aplicativos do celular, com os quais, desde que a emissora facilite, ela é ouvida em qualquer parte do mundo.

Finalizando esta balada; havia um comentarista no Rio (Mário Viana), que sempre quando ele completava de dizer Gol Legal! Ele dizia… Cadê o eco? – E, assim repetia a mesma frase.

Hoje tecnologicamente o Eco é usado em tudo! Que nos diga o Nivaldo Capota e outros, cujo programa é completo no Eco, com se isto assinalasse o bom comunicador, do ruim. Já o programa seguinte, no qual senti saudade da terrinha ao ou a música Delicado, nada de Eco na voz de Arivaldo Maia, até porque ele nunca precisou desta escapatória.

Em viagem, estamos ouvindo as emissoras de Alagoas através do celular, com qualidade, digamos, estéreo.

radiospalmeiraO que nos deixa triste é que nem todas as emissoras de Palmeira disponibilizam o seu sinal para o celular através dos famosos aplicativos para Android. Já passou da hora da Rádio Sampaio, Farol e Vitório FM pensarem no assunto. No entanto isto é é uma questão foro íntimo de cada uma.

Parafraseando o saudoso Mário Viana,  diríamos com muita propriedade no assunto; Diminuam o eco!

 E se serve como conselho:

Não seja torcedor! “Interprete qualquer lance como uma obra-prima de gênios do esporte. Se o jogo for chato, use o que der, nem que seja o esforço do pior atleta. O jogo pode ficar chato – a transmissão não”.

Da Redação

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