Intestino é considerado o “segundo cérebro”, entenda o porquê

O intestino abriga uma população de aproximadamente 100 trilhões de microrganismos, de mais de 300 espécies, que compõem a microbiota intestinal humana, e a sua composição pode fazer a diferença entre a saúde e a doença.

 O intestino também é responsável pela produção de diversas substâncias fundamentais que atuam como neurotransmissores. Estudos recentes indicam que até 90% da serotonina, o neurotransmissor relacionado à sensação de bem-estar e felicidade, é produzida no intestino, e levam à conclusão de que, se o intestino funcionar bem, menores serão os riscos de ocorrência de depressão e ansiedade.

intestino-e-segundo-cerebro2O intestino é “inteligente”: várias doenças podem ser associadas a ele

 Graças a essa capacidade, o intestino passou a ser considerado um órgão ‘inteligente’ e, por esse motivo, tem sido classificado pelos cientistas como o ‘segundo cérebro’. Especialistas acreditam que importantes enfermidades, como doença de Crohn, retocolite ulcerativa, doença diverticular, diabetes, Parkinson, constipação, diarreia, dispepsia e síndrome do intestino irritável, entre outras, podem estar associadas a alterações neuroquímicas do sistema nervoso entérico, ou seja, há uma grande possibilidade de o intestino estar relacionado a cada uma delas de maneira muito mais importante do que se imaginava.

 A Ciência já conseguiu demonstrar, por exemplo, que o intestino serve de barreira entre o exterior e o interior do organismo, e que a integridade dessa barreira é essencial para a imunidade. Aproximadamente 80% das células produtoras de anticorpos estão associadas à mucosa do intestino delgado, cuja área pode variar entre 200m² e 350m². Outros estudos confirmam que, em termos de células – linfócitos, por exemplo –, o sistema imunológico do intestino é o mais importante do organismo.

Diante de todas essas confirmações, os profissionais da saúde e consumidores começam a olhar de maneira diferente para a saúde intestinal. No dia a dia, há muitas formas de manter a microbiota intestinal saudável, o que envolve especialmente bons hábitos, além de boa alimentação. Evitar o fumo e as bebidas alcoólicas, manter uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e outros alimentos ricos em fibras e minerais, ingerir uma quantidade adequada de água (pelo menos oito copos) diariamente e praticar atividade física com frequência estão entre os hábitos que manterão íntegro esse importante órgão vital.

 Para reforçar a saúde da microbiota intestinal também é recomendável ingerir diariamente alimentos com probióticos, como o Leite Fermentado com Lactobacillus casei Shirota, por exemplo. A Organização Mundial da Saúde (OMS), juntamente com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), definiu em 2001 que probióticos – termo que tem origem grega e significa ‘para a vida’ – são microrganismos vivos que, quando consumidos em quantidades adequadas, conferem efeitos benéficos ao hospedeiro.

 As pesquisas sobre a microbiota intestinal são realizadas desde o século 19. Mas, recentemente, técnicas desenvolvidas na área da biologia molecular e da imunologia têm sido amplamente utilizadas, resultando em um rápido avanço e possibilitando que seja ampliado o escopo das pesquisas relacionadas ao órgão.

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