Irmão de suspeito de atentados expressa solidariedade a vítimas

5Cerca de 3 mil pessoas manifestaram, nesta quarta-feira (18), seu apoio às vítimas dos atentados de Paris no subúrbio de Molenbeek, em Bruxelas, apontado como um celeiro de jihadistas e de onde é originário o suposto mentor dos ataques.

Os manifestantes se reuniram na praça desta localidade popular com o objetivo de refutar o rótulo que o subúrbio recebeu em poucos dias.

Entre eles estava Mohamed Abdeslam, irmão de Brahim, um dos terroristas que se explodiu na sexta-feira em Paris, e de Salah, de quem a polícia suspeitava fazer parte de um dos comandos que atacaram a capital francesa e que se encontra foragido.

Na varanda de sua casa, voltada para a praça, Abdeslam colocou velas, um gesto de solidariedade com as vítimas, mas também com este bairro popular.

Abdelhamid Abaaoud, membro da organização Estado Islâmico e suposto organizador dos massacres de Paris, é originário dali. Dois homens detidos no sábado em Molenbeek e inocentados do “atentado terrorista” são suspeitos de terem acompanhado Salah Abdeslam até a Bélgica.

“Molenbeek não é a base da retaguarda do jihadismo”, repetiu durante a congregação a prefeita da comuna, Françoise Schemps.

A manifestação foi realizada sob forte vigilância policial, que efetuou revistas em todas as ruas que desembocam na praça.

Entre a multidão, era possível ver bandeiras belgas e francesas. Um lençol branco foi estendido sobre os paralelepípedos, onde as pessoas colocaram mensagens de paz.

“Molenbeek não é o que vocês acreditam. Somos solidários com as vítimas, solidários com Paris”, insistiu Zufri Mustafá, presidente de um centro para jovens da comuna.

Para Dries, de 37 anos, que reside em um bairro vizinho, “o futuro de Bruxelas está aqui, é esta juventude, apesar de todos os problemas que não podemos negligenciar”.

Nesta comuna de 95 mil habitantes, onde convivem mais de 100 nacionalidades diferentes, “as comunidades não se misturam muito”, lamenta Quentin, de 39 anos, responsável por uma companhia de dança.

“Esta manifestação é uma ocasião para que se cruzem. As pessoas não devem esperar nada dos políticos e assumir suas responsabilidades: é sua cidade, suas ruas, seus vizinhos”, acrescentou.

Megaoperação
Policiais e militares da França realizaram uma operação, nesta quarta-feira (18), no subúrbio de Saint-Denis, norte de Paris, que provocou um intenso tiroteio, deixou dois mortos e oito presos.

Os policiais buscaram em um apartamento na cidade ao norte de Paris os terroristas responsáveis pelos atentados que deixaram 129 mortos na cidade na última sexta-feira (13). Uma interceptação telefônica deu indícios de que o belga Abdelhamid Abaaoud, apontado como  mentor dos ataques, estaria no local. A identidade dos suspeitos mortos e detidos ainda não foi divulgada.

A ação, que começou na madrugada e terminou às 9h, foi uma caçada a suspeitos de terrorismo, em especial ao mentor dos ataques contra a capital francesa, Abdelhamid Abaaoud. O paradeiro dele segue desconhecido.

Os alvos da operação planejavam realizar um ataque ao distrito financeiro parisiense de La Defense, de acordo com a agência Reuters, que citou apenas uma fonte próxima às investigações.

O procurador de Paris, Francois Molins, explicou que, primeiro, três pessoas foram detidas no apartamento, que fica próximo de um centro comercial. Em seguida, no mesmo local, uma mulher ativou um colete com explosivos e morreu. As forças de segurança vasculharam, então, o apartamento e encontraram um suspeito baleado e ferido com a explosão de granadas.

 

G1

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