Eleição na Argentina terá 2º turno entre Daniel Scioli e Mauricio Macri

CATSA eleição presidencial na Argentina terá segundo turno entre o candidato governista Daniel Scioli e o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri. Pela primeira vez na história os argentinos vão eleger o presidente em 2º turno, marcado para o dia 22 de novembro.

Com 95,37% dos votos apurados, Daniel Scioli, candidato da presidente Cristina Kirchner, tinha pequena vantagem. Favorito nas pesquisas, Scioli tinha 36,66% dos votos. Já Mauricio Macri, candidato pelo Pro, aparecia com 34,52%.

O advogado e deputado Sergio Massa, da Frente Renovador, aparecia em terceiro lugar na contagem de votos.

A atual presidente Cristina Kirchner deve entregar a presidência a seu sucessor em 10 de dezembro próximo, com uma aprovação de cerca de 50% a seu governo, de acordo com pesquisas recentes.

A lei eleitoral na Argentina estabelece que, para conquistar a presidência, é necessário obter mais de 45% dos votos ou 40% com uma vantagem de 10 pontos sobre o segundo colocado. As últimas pesquisas não permitiam prever com segurança qual seria o resultado.

Outros três candidatos disputaram a presidência: Margarita Stolbizer (Progressistas), única mulher a disputar a presidência nestas eleições; Nicolás del Caño (Frente de Esquerda) e o ex-presidente interino (em 2001) Adolfo Rodríguez Saá (Peronismo Federal).

Além do presidente e do vice-presidente, os argentinos escolheram deputados nacionais e parlamentares para o Mercosul. Onze províncias também definiram governadores e outros cargos, tudo em apenas uma cédula.

Conheça o perfil dos candidatos que irão ao segundo turno das eleições à presidência:

Daniel Scioli (Frente para la Victoria)
58 anos, empresário e atleta
Governador da província de Buenos Aires

O candidato apoiado pela presidente argentina, Cristina Kirchner, é o favorito na disputa pela Casa Rosada. Scioli promove uma “agenda nacional do desenvolvimento”. Ele defende baixar a inflação a um ritmo de 5 pontos percentuais por ano para alcançar nível de um dígito em 4 anos, diminuição de impostos para exportação de grãos e implementação nacional de forças policiais locais que complementam a polícia da província.

No encerramento da campanha, Scioli conseguiu chamar a atenção ao prometer um aumento de salário de fato para 600 mil trabalhadores de classe média com a eliminação de um imposto.

Colaborou com peronistas das mais diferentes tendências, desde o liberal Carlos Menem ao falecido Néstor Kirchner. Entrou para a política através de Menem quando já era conhecido no país por sua atividade como piloto de corridas de barco, esporte no qual chegou a ganhar um campeonato mundial após perder seu braço direito em um grave acidente. Com o apoio da presidente, deve ter garantido o voto disciplinado da militância peronista de centro-esquerda da FPV.

Mauricio Macri (Pro)
56 anos, engenheiro
Prefeito de Buenos Aires

Macri se apresenta como o candidato da mudança e aposta suas fichas no segundo turno. O conservador defende a abertura de investimentos estrangeiros, a diminuição da inflação para um dígito em dois anos e o levantamento dos limites das exportações do setor agropecuário. Também diz que vai criar uma agência nacional contra o crime organizado e desenvolver um sistema de estatísticas criminais.

Empresário liberal, ele faz oposição ao controle do Estado proposto pelo kirchnerismo. Lidera a aliança Cambiemos (Mudemos), com o apoio da direita e dos radicais (social-democratas).

Acusado de formação de quadrilha em um caso de espionagem ilegal, Macri tentou fazer com que a justiça argentina suspendesse o processo durante a campanha, mas não conseguiu. Filho de um conhecido empresário, sua passagem à política aconteceu também após se tornar uma figura conhecida no âmbito esportivo: foi presidente do Boca Juniors.

Fim da era Kirchner
Cerca de 32 milhões de argentinos compareceram no domingo às urnas para votar para presidente em uma eleição que, pela primeira vez em 12 anos, não há candidatos com o sobrenome Kirchner.

A atual Era Kirchner começou com o mandato do falecido marido da presidente, Néstor Kirchner (2003-2007), no desfecho de uma severa crise que significou um “default”. Néstor faleceu em outubro de 2010.

Cristina Kirchner, impedida por lei de disputar um terceiro mandato consecutivo, está convencida de que ao lado do falecido marido e ex-presidente uma “renovação patriótica”, ao enfrentar os poderosos donos de meios de comunicação, juízes e empresários.

Advogada de profissão, Cristina marcou a última década do país com seu estilo confrontador e eloquente, enfrentando juízes, donos de veículos de comunicação e empresários em seus dois governos (2007-2011 e 2011-2015).

 

 

G1

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