Trasladação reúne cerca de 1 milhão de devotos pelas ruas de Belém

catsA noite deste sábado (10) é marcada pela romaria da Trasladação, que saiu por volta de 17h45 do Colégio Gentil Bittencourt, em Belém, após missa celebrada pelo Cardeal Arcebispo Emérito de São Paulo, Dom Cláudio Hummes. A romaria noturna vai percorrer 3,7 km, no sentindo inverso ao trajeto do Círio de Nazaré, que será realizado na manhã deste  domingo (11). Com emocionantes homenagens pelo caminho, a quinta romaria da festividade nazarena tem um percurso um pouco mais longo que o do Círio.

Mais de 1 milhão de devotos devem acompanhar a procissão, a segunda maior da quadra nazarena em número de fiéis. A caminhada segue pela avenida Magalhães Barata, avenida Nazaré, avenida Presidente Vargas, avenida Boulevard Castilho França, avenida Portugal, Praça do Relógio até a chegar à Igreja da Sé, no bairro da Cidade Velha.

Sete mil devotos seguem na corda de 400 metros. Entre os devotos, está Raimunda Bandeira, de 58 anos, que chegou cedo para acompanhar a missa da Trasladação e vai seguir em romaria. “Vim agradecer porque tive um problema de antígeno do câncer no seio, e sobrevivi. Estou curada. Vim acompanhar a Trasladação, e amanhã vou na romaria do Círio junto com os meus filhos”, diz.

A jovem Mayara Moreira, 26 anos acompanha a procissão para agradecer por uma graça relacionada à saúde do seu filho pequeno.

Emocionada, ela iniciou a caminha por volta das 17h40 com a ajuda dos vizinhos. Nas mãos, ela carrega uma santinha, um terço e um escapulário.

A irmã, Maysa é quem vai ao lado da romeira. No trajeto, várias pessoas a aplaudem pelo ato de fé.

Na manhã deste sábado (10), devotos de Nossa Senhora de Nazaré participaram de três procissões do Círio 2015, em Belém. A movimentação dos católicos paraenses começou às 5h30 com a Romaria Rodoviária, que levou a Imagem Peregrina de Nossa Senhora da Igreja Matriz de Ananindeua até o trapiche de Icoaraci, de onde saiu o Círio Fluvial, a tradicional procissão pelas águas da baía do Guajará. Após a chegada do Círio Fluvial, seguiu a Moto Romaria, procissão que reuniu 40 mil pessoas em 15 mil motos do cais de Belém até o colégio Gentil, onde a imagem ficou até a procissão da Trasladação.

História
A primeira Trasladação foi conduzida pelo Governador Francisco de Souza Coutinho, junto com o Capelão do Palácio, Pe. José Roiz de Moura, que levaram a Imagem de Nossa Senhora de Nazaré em uma breve procissão da Matriz até o Palácio. Não há uma data precisa e também não há registro se houve ou não acompanhamento de pessoas do povo. No ano de 1906, a procissão passou a sair do Colégio Gentil Bittencourt, na avenida que atualmente é denominada Avenida Magalhães Barata.

Nos anos 70, por ser uma procissão noturna, com clima ameno, as senhoras de mais idade reuniam-se em grupos e seguiam a procissão na corda. A partir de 1985, com o aumento de promesseiros na corda, a participação das senhoras começou a ficar problemática. Atualmente a corda da Trasladação é tão disputada quanto a do Círio.

Só em 1988, a Trasladação passou a ter o mesmo trajeto do Círio, mas em sentido inverso, pois antes disso, ela ainda seguia até a Sé tendo a Avenida Governador José Malcher como rua central do percurso. Em 2005, a Trasladação foi uma das mais longas dos últimos anos, demorou cerca de 6h com a Berlinda chegando à Sé por volta de 00h, já na madruga do sábado para o domingo.

Presume-se que a primeira missa celebrada por ocasião da Trasladação tenha sido em 1887, na capela do Colégio Amparo. Em 1992, no Círio de número 200, passou-se a colocar um tablado sobre as escadarias do Colégio Gentil para celebração da missa, a fim de permitir uma melhor visibilidade.

Atendimento aos romeiros
A Cruz Vermelha conta com 13 postos ao longo do percurso e já registrou 37 atendimentos, cuja maioria diz respeito à desidratação. O coordenador de um dos postos, Olavo Câmara disse que há muitas pessoas que só saíram de casa com o almoço e, assim, não conseguem aguentar a procissão.

“O fato de não ter chovido, aumenta ainda mais as chances da pessoa passar mal durante o trajeto” afirmou.

A médica Mirna Santos diz que os picos de glicose correspondem a essa má alimentação antes da procissão. “Fora isso não temos nenhuma ocorrência mais grave. Apenas pequenos traumas, casos de vidro nos pés ou até mesmo garrafas”, explica.

Limpeza
Enquanto os romeiros agradecem Nossa Senhora de Nazaré pelas graças alcançadas, os funcionários da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan), realizam a limpeza da cidade.

 

G1

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