Irmão de ex-ministro das Cidades é absolvido em ação penal da Lava Jato

catsAdarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte, foi absolvido pela Justiça Federal em uma ação penal originada da Operação Lava Jato e relacionada à empreiteira Camargo Corrêa. Ele era réu no processo junto com executivos afastados da construtora, que foram condenados.

“Absolvo Adarico Negromonte Filho da imputação do crime de pertinência à organização criminosa e do crime de lavagem de dinheiro envolvendo os repasses originários da Camargo Correa, por falta de prova suficiente para a condenação”, explica o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, no despacho, que é segunda-feira (20).

Na mesma ação penal, o juiz deixou também de condenar Waldomiro de Oliveira – pelo crime de lavagem de dinheiro, pois ele já havia sido condenado pelo mesmo crime em outro processo –, e Marcio Andrade Bonilho do crime de corrupção, por falta de provas.

A Lava Jato investiga um esquema bilionário de desvio de dinheiro na Petrobras. Em novembro do ano passado, foi deflagrada a 7ª fase da operação, envolvendo diversas empreiteiras, entre elas, a Camargo Côrrea. À época, 25 pessoas foram presas. Negromonte chegou a ser considerado foragido pela polícia, se entregando 11 dias após a prisão ser decretada.

A prisão preventiva dele foi revogada por Moro ainda em novembro. Na decisão,o juiz citou um parecer do Ministério Público Federal (MPF) recomendando a soltura, com restrições.

Negromonte foi apontado pela investigação da Polícia Federal (PF) como emissário do doleiroAlberto Youssef, suspeito de ser o mandante do esquema de corrupção e já condenado em diversas ações penais originadas da Lava Jato.

Youssef está preso na carceragem da PF, emCuritiba, desde março do ano passado, quando a 1ª fase da operação foi deflagrada. Apesar das condenações, o doleiro deve ficar preso somente por três anos, devido ao acordo de delação premiada que homologou com o MPF.

A advogada de Negromonte, Joyce Roysen, foi procurada pelo G1, mas não atendeu as ligações da reportagem.

Foram condenados no processo da Camargo Côrrea:
-João Ricardo Auler, ex-presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa, por corrupção ativa, pertinência à organização criminosa
-Dalton dos Santos Avancini, ex-presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa, por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e pertinência à organização criminosa
-Eduardo Hermelino Leite, ex-vice-presidente da Camargo Corrêa, pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e pertinência à organização criminosa
-Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro
-Alberto Youssef, suspeito de liderar o esquema de corrupção, pelo crime de corrupção passiva
-Jayme Alves de Oliveira, acusado de atuar com Youssef na lavagem de dinheiro, por lavagem de dinheiro e pertinência à organização criminosa

Também respondia a este processo o presidente da UTC, Ricardo Pessoa. As acusações contra ele foram desmembradas para outra ação penal a pedido do MPF, em virtude das tratativas com o réu para um acordo de delação premiada.

 

Fonte: G1

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