Prefeito de Delmiro descumpre Lei do Piso da educação

catsTrabalhadores da educação da rede municipal de ensino de Delmiro Gouveia completaram, nesta quinta–feira (23), 36 dias de greve. A paralisação é fruto do não cumprimento da Lei do Piso pela gestão do município, onde a categoria luta pelo reajuste de 13,01%.

As negociações com a administração caminham a passos lentos, com contrapartidas bem inferiores ao que almejam os profissionais. Segundo o presidente do Sindicato do Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal) núcleo Alto Sertão, Adriano Pereira, o prefeito tem sido intransigente ao não cumprir o que diz a lei. “A proposta apresentada pelo prefeito é de 6,5% e nós não aceitamos isso porque a Prefeitura tem condições de pagar o que estabelece o piso. Quem provocou a greve da Educação não foram os trabalhadores, mas o prefeito que não quer cumprir o que diz a Lei”, frisou.

Ele explica que o Sindicato realizou diversos estudos, com bases em dados da própria Secretaria de Educação, que prova que o município pode dar o aumento, mas falta a vontade do gestor. “O Sindicato tem demonstrado os números que mostram a viabilidade do reajuste e a argumentação apresentada pela Secretaria de Educação, em momento algum, foi convincente ou desmentiu os números apresentados. Isso prova que estamos no caminho certo e que a nossa luta tem respaldo”.

Pereira ainda ressaltou a possibilidade dos dias de greves serem descontados, uma vez que a assessoria jurídica da Prefeitura impetrou ação considerando a greve ilegal. “Nossa luta é justa e não vamos ceder a essa pressão porque quanto mais nos reprimem, mais nos fortalecemos. Essa não é uma greve ilegal, estamos lutando por nossos direitos e não vamos ficar calados com esses desmandos. Essa é uma luta não só dos profissionais da educação, mas de toda sociedade”, falou.

Durante os 34 dias de paralisação, os trabalhadores têm realizado diversos atos para chamar a atenção da sociedade, inclusive na Câmara de Vereadores, onde ganharam apoio massivo dos parlamentares. Durante sessão ordinária no dia 18 de junho, quando a greve foi iniciada, o presidente da Casa Legislativa, Valdo Sandes, decretou que a Câmara só entrará em recesso após a resolução do impasse entre os trabalhadores e a Prefeitura.

Os parlamentares concordaram com o presidente e aprovaram ainda um requerimento solicitando ao município dados referentes aos repasses do Fundeb e do montante gasto com a folha de pagamento da Educação.

Ainda em apoio aos profissionais, o Conselho Estadual de Educação de Alagoas (CEE/AL), por meio do presidente professor Jairo Campos, emitiu nota de solidariedade. “O Conselho Estadual de Educação de Alagoas-CEE/AL, na pessoa do seu Presidente, o Conselheiro Prof. Jairo José Campos da Costa, solidariza-se com os professores do município de Delmiro Gouveia-AL, que estão em greve desde o dia 18 de junho, reivindicando melhores condições de trabalho e a valorização do magistério, ao tempo em que espera sensibilidade política do Exmo. Sr. Prefeito, o Sr. Luiz Carlos Costa, no sentido de promover um amplo debate com a categoria e encaminhar a solução definitiva do impasse, para que as atividades educacionais do Município sejam normalizadas. As transformações da educação, há tanto tempo esperadas pelo povo alagoano, passam, necessariamente, pela valorização do magistério, a greve, constitucionalmente legal, tem se tornado o único caminho para o avanço das demandas do povo trabalhador brasileiro”, afirmou o professor Jairo.

 

Fonte: Assessoria

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