Paciente tem braço reconstruído em Hospital Geral do Estado

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Ele sofreu um grave acidente de moto ao voltar do trabalho, mas está vivo graças ao empenho de uma equipe de profissionais comprometidos com o atendimento de alta complexidade prestado pelo maior hospital público de Alagoas, o Hospital Geral do Estado (HGE). José Leite da Silva, 28 anos, teve o braço esquerdo transpassado por uma trave de madeira quando sua moto bateu em uma carreta, em União dos Palmares.

Ele contou que os faróis da carreta e da moto que pilotava dificultaram a visão de ambos motoristas que acabaram se chocando na lateral. “De União para Maceió, permaneci acordado todo o tempo. Meu braço sangrava muito, nem dor sentia mais, só uma dormência. Cheguei a escutar dos socorristas que, provavelmente, eu não resistiria. No HGE, após entrar pela área vermelha, fui direto para a cirurgia e, percebi que não só fui salvo, mas também tive meu braço reconstruído pelo médico de plantão”, descreveu.

De acordo com o ortopedista responsável pela cirurgia de José Leite e coordenador da área no HGE, Givaldo Trindade Rios, a trave transpassou duas vezes o membro superior do paciente, atingindo braço e antebraço e criando lesões múltiplas em ossos, músculos, nervos e vasos. “Retiramos a madeira e reconstruímos todas as estruturas. Na parte óssea, fizemos uma fixação de urgência. Agora, após a recuperação da área, serão colocados as placas e parafusos”, comentou o especialista.

Experiência – Referência em Alagoas na realização de procedimentos cirúrgicos de urgência e emergência, o Hospital Geral recebe casos graves de acidentes de trânsito com fraturas, como o de José Leite, mas também recebe vítimas de violência urbana com armas de fogo e branca (facas), que muitas vezes necessitam de procedimentos ortopédicos.

Para Givaldo Trindade, os acidentes de trânsito são as principais causas de vítimas de traumas com múltiplas fraturas, que requerem um atendimento de emergência e procedimentos cirúrgicos específicos. No HGE, esse perfil de paciente recebe o primeiro atendimento na área vermelha, onde é avaliado por médicos emergencistas e cirurgiões gerais que fazem o diagnóstico e indicam o tratamento mais adequado.

Segundo o ortopedista, os pacientes, geralmente traumatizados, chegam ao hospital com fraturas expostas, que são aquelas em que o osso perfurado ou hematoma entra em contato com o meio externo. “A pele e o músculo são perfurados pelo osso e esse quadro clínico exige cirurgia imediata, imprescindível para garantir a vida do paciente”, explicou.

O médico esclareceu ainda que esse tipo de procedimento é realizado no centro cirúrgico do HGE, quando, após estabilizar o paciente, ele será reavaliado pelo ortopedista. “Caso haja fraturas fechadas – em que não há rompimento da pele, ficando o osso no interior do corpo – o paciente será encaminhado para realizar outras cirurgias de forma ambulatorial, no HGE ou nos hospitais da rede”, acrescentou.

Números – O Hospital Geral realiza entre 70 e 80 cirurgias ortopédicas. Em média são transferidos cerca de 30 pacientes por mês para cirurgias fechadas em outras unidades e 35 são operados na unidade hospitalar. Geralmente realizam o procedimento do HGE, aqueles que necessitam da alta complexidade. Segundo o Serviço de Arquivo Médico e Estatístico (Same), de janeiro a dezembro do ano passado, foram realizadas 990 cirurgias ortopédicas no HGE. Durante todo o ano de 2013, os procedimentos totalizaram 767 cirurgias.

De acordo com Givaldo Trindade, a criação do Núcleo de Cirurgias de Mão (NCM), único que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Alagoas e que vem funcionando desde julho do ano passado, tem contribuído para o aumento dos números de cirurgias no HGE. “Hoje, 100% dos pacientes que necessitam de cirurgias nas mãos realizam o procedimento dentro do hospital”, destacou Givaldo Trindade.

 

Perfil do HGE – A diretora do HGE, Verônica Omena, ressaltou que o perfil do hospital é o atendimento imediato de pacientes graves. “O HGE é a única unidade hospitalar equipada para realizar cirurgias de urgência e emergência, de prontoatendimento”, disse.

Ela contou que o hospital é a porta de entrada para atendimento de urgência e emergência de todo o Estado. A diretora aclarou que os pacientes que entram na unidade hospitalar com fraturas ortopédicas não consideradas de emergência, as chamadas fraturas fechadas, podem ser transferidos da instituição para a realização do procedimento cirúrgico nos hospitais conveniados, mas também podem realizar a cirurgia na unidade hospitalar.

 

“Diante dos pacientes que chegam ao hospital vítimas de acidentes de trânsito ou com outros tipos graves de trauma e doenças, os pacientes que sofrem com fraturas fechadas ou enfermidades que demandam cirurgias, mas que não têm risco de perder a vida, muitas vezes são transferidos para outras instituições. A equipe do hospital cuida daqueles que podem perder a vida, é o atendimento chamado de emergência e urgência”, ressaltou.

Segundo Verônica Omena, cirurgias eletivas são aquelas consideradas necessárias, mas que podem esperar por não acarretar risco iminente de morte ao paciente. As cirurgias eletivas do Sistema Único de Saúde (SUS) em Alagoas são realizadas, em geral, nos hospitais conveniados ao SUS, agendadas nos postos de saúde dos municípios, através da Central de Regulação de Serviços da Saúde, o Cora.

Os hospitais de retaguarda do HGE, que realizam cirurgias eletivas pelo SUS, são a Casa de Saúde Nossa Senhora de Fátima e os hospitais Santa Rita e Usineiros.

O Hospital Geral do Estado é composto de cinco salas de cirurgia e uma sala de recuperação pós-anestésica com oito leitos, destinados a cirurgias de emergência e cinco salas de cirurgia e uma sala de recuperação pós-anestésica com oito leitos para cirurgias eletivas de pacientes da unidade, em geral da área ortopédica e vascular.

Fonte: Sesau

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