Corpo de brasileiro executado na Indonésia é sepultado

catsO corpo do paranaense Rodrigo Gularte, fuzilado na Indonésia na última terça-feira (28), foi enterrado por volta das 15h15 deste domingo (3) em Curitiba. O velório começou por volta das 6 horas. O sepultamento, que havia sido marcado para 16 horas, no cemitério Parque do Iguaçu, foi antecipado para as 14 horas, a pedido da própria família, que está muito abalada.

O corpo de Gularte chegou na noite deste sábado (2) a São Paulo. De lá, foi trazido de carro para Curitiba, onde chegou por volta das 2 horas.

A imprensa não foi autorizada a entrar no cemitério Parque Iguaçu, onde acontece o velório. Todas as celebrações finais são acompanhadas apenas por familiares e amigos da vítima.

Designado para falar em nome da família, o advogado Cleverson Marinho Teixeira fez uma crítica à aplicação da pena de morte e disse que a família entende a execução como uma “medida desproporcional”. “A família reconhece o erro do Rodrigo. Mas não consegue entender a questão da pena de morte, o desprezo pela condição dele de doente [laudos apontam que Gularte era esquizofrênico]. Há um sentimento de muita injustiça”, disse.

Durante toda a manhã, a movimentação foi grande no cemitério Parque do Iguaçu. A entrada e saída de pessoas no local foi mais intensa entre 11 e 13 horas. Por volta das 11 horas, houve uma celebração religiosa na capela onde o corpo do paranaense estava sendo velado.

Morte

Gularte, que tinha 42 anos, foi morto por fuzilamento na semana passada na Indonésia. Ele havia sido condenado à pena de morte em 2005, após ser preso e julgado por ter entrado no país carregando seis quilos de cocaína em pranchas de surfe.

Familiares que acompanharam o caso no país asiático cremariam o corpo de Gularte ainda na Indonésia, mas o paranaense pediu para ser enterrado no Brasil. O pedido foi feito na segunda-feira (27), um dia antes da execução, à prima, Angelita Muxfeldt.

Execução

Pelo protocolo de execução, Rodrigo ficou preso a uma estaca com as mãos amarradas para trás. Ainda não se sabe se escolheu ficar em pé, ajoelhado ou sentado ou se pediu para não ser vendado. Ele vestia uma camiseta branca com um “X” preto na altura do peito, para facilitar a mira dos atiradores – são doze em cada pelotão de fuzilamento.

O padre Charlie Burrows esteve com Gularte minutos antes da execução, a pedido da família e do próprio condenado. Depois do conforto espiritual, os atiradores recebem de um oficial do pelotão uma ordem – por meio de um sinal de apito – para preparar seus fuzis.

À meia-noite (horário local), horário marcado para a execução, um grupo de parentes e amigos também cantou hinos religiosos durante uma vigília no porto de Cilacap, ponto de saída para a prisão da ilha de Nusakambangan. Depois das execuções, familiares se abraçaram, aos prantos. Angelita também não conteve as lágrimas e teve de ser consolada por Burrows.

Além do brasileiro, foram executados dois australianos, quatro nigerianos e um indonésio. Os condenados se recusaram a usar vendas e cantaram músicas religiosas, incluindo o hino cristão inglês Amazing Grace, quando foram levados para o local da execução.

 

Gazeta do Povo

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