PE: Tromba d’água pode ter sido causada por 2 efeitos climáticos
O domingo de praia em Piedade, Jaboatão dos Guararapes, foi atípico. Além dos vendedores de caldinho e dos guarda-sóis, os banhistas receberam a visita surpresa de uma tromba d’água. O fenômeno climático, similar a um tornado, produz ventos de até 80 quilômetros por hora e arrastou cadeiras e objetos espalhados na areia. Assustados, muitos banhistas correram para longe do redemoinho de vento que se formou na areia. Outros preferiram pegar os celulares e espalhar as imagens pelas rede sociais.
O vendaval em espécie de funil começou se formar ainda no oceano e em poucos minutos atingiu a areia. Com a força, objetos foram parar na piscina de um edifício da orla e também sobre as pessoas que estavam na praia. Assustados, os banhistas começaram a gritar quando perceberam a intensidade do vento. Até então, muita gente usava os celulares para filmar a formação do fenômeno. Nas redes sociais, os internautas chegaram a tratar a situação como um possível tornado.
Uma tromba d’água, porém, é diferente de um tornado principalmente pela velocidade do vento. Enquanto o primeiro gera ventos de no máximo 80 quilômetros por hora, o segundo pode levar objetos com até 200 quilômetros por hora. Segundo a meteorologia da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), não é possível saber a intensidade dos ventos gerados pelo fenômeno ontem, em Piedade.
A provável causa da tromba no litoral da RMR foi a junção dos efeitos de dois sistemas climáticos, o vórtice ciclônico de altos níveis e a zona de convergência intertropical. “Esses sistemas juntos trazem umidade, turbulência, ventos fortes e nuvens densas. Condições que propiciam o surgimento do fenômeno”, explicou a meteorologista da Apac, Edvânia Santos.
Uma tromba d’água, explicou Edvânia, forma ventos da superfície da água do oceano até a nuvem. A depender da direção do vento, ela pode ser deslocada para o continente, como aconteceu em Piedade. Como é um evento isolado, não é possível prever quando pode acontecer novamente. A orientação para a população é sempre permanecer o mais distante possível da tromba d’água, diferente do que muitas pessoas fizeram tentando captar imagens. “Quanto mais forte estiver, mais perigoso pode ser”, alertou Santos. A Apac irá estudar a ocorrência.
Diário de Pernambuco
