Sem-teto enfrentam Tropa de Choque e deixam policial ferido

3kl1q3bug5_2geo8y5z4i_fileUm policial ficou ferido após ser atingido por um objeto jogado de um dos andares de um prédio na região central de São Paulo durante uma reintegração de posse, que ocorre desde as 6h desta terça-feira (16). O edifício fica na altura do número 601 da avenida São João. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a via está completamente bloqueada, nos dois sentidos. O trânsito local é desviado pelo largo Paissandu, avenida Cásper Líbero e avenida Ipiranga. Cerca de 30 linhas de ônibus operam com itinerário alterado, segundo a SPTrans. Setenta pessoas foram detidas no protesto, segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública).

Cerca de 200 famílias estão no imóvel há cerca de seis meses, segundo o movimento FLM (Frente de Luta por Moradia). A PM (Polícia Militar) e o Corpo de Bombeiros estão no local. Os sem-teto atearam fogo em objetos para montar barricadas, depredaram ônibus no Largo do Paissandu, e atacaram os PMs. A Tropa de Choque respondeu com bombas de gás lacrimogêneo. Por causa do protesto, comércios e agências bancárias da região foram fechadas e um ponto de ônibus desativado. Ao menos um ônibus foi queimado pelos manifestantes.

Em nota, a SSP informa que “a juíza Maria Fernanda Belli, da 25ª Vara Cível do Foro Central, determinou a reintegração de posse do edifício de 20 andares, após pedido de seu proprietário, a Aquarius Hotel Limitada. A Justiça requisitou que a Polícia Militar auxilie na desocupação”.

De acordo com o comunicado “a ação estava prevista para acontecer no dia 11 de junho, porém, na ocasião, foi cancelada porque não foram disponibilizados pela empresa proprietária do local — conforme previamente estabelecido — os meios necessários, caminhões e carregadores, para o transporte dos pertences dos moradores. A reintegração foi reagendada para o dia 27 de agosto. Porém, no dia, foi novamente suspensa porque os oficiais de Justiça avaliaram que a quantidade de caminhões e transportadores ainda não era suficiente”.

A nota ainda diz que “foram feitas reuniões entre a Polícia Militar, advogados da empresa proprietária e moradores, para acertar como seria a saída. As reuniões serviram para avaliar os riscos da operação e orientar quanto ao papel que os policiais do 7º BPM/M (Batalhão de Polícia Militar Metropolitano) exerceriam durante a ação”.

Segundo o FLM, o imóvel ficou “abandonado por mais de dez anos e estava ocupado pelas famílias sem-teto há seis meses e que agora, por decisão do judiciário, o local deverá ser devolvido à especulação imobiliária, sem levar em conta o problema social. Aproximadamente 800 pessoas, crianças e idosos serão jogados na rua, sem uma solução definitiva”.

 

 

Fonte: R7

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