Os entraves para a estratégia de Obama contra o Estado Islâmico
Obama quer uma ação conjunta e já obteve o apoio de vários países no combate ao EI, grupo extremista que já domina partes do Iraque e da Síria.
Aliás, a ameaça do EI já aproxima nações com diferenças históricas, como o Irã e a Arábia Saudita – redutos de xiitas e sunitas, respectivamente –, ambos dispostos a ajudar o governo iraquiano.
Para Obama, acusado por muitos de ter evitado um protagonismo na guerra da Líbia, isso representa oportunidade de reafirmar um papel de liderança dos EUA.
“Como americanos, nós agradecemos e aceitamos a responsabilidade de liderar”, disse.
Estratégia
A ofensiva de Obama será bem recebida em alguns países-chave do Oriente Médio, onde a inação americana – em especial no que diz respeito à guerra na Síria – prejudicou a posição do país.
EUA oferecem ajuda a sírios afetados pela guerra e buscam apoio turco
O secretário de Estado americano, John Kerry, disse nesta sexta-feira que os EUA oferecerão quase US$ 500 milhões em ajuda humanitária para pessoas afetadas pela guerra na Síria.
O anúncio foi feito na Turquia, na última etapa de sua turnê pelo Oriente Médio para angariar apoio para uma ofensiva americana contra o grupo Estado Islâmico (EI).
Dez países árabes concordaram em ajudar os EUA, mas a Turquia – único membro da Otan (aliança militar ocidental) na região – resiste a dar assistência militar à causa, em parte por preocupação com reféns turcos nas mãos do EI.
Os EUA querem que a Turquia aumente o controle de suas fronteiras para conter o fluxo de estrangeiros que estão se juntando ao EI.
Longe de não ter uma estratégia, como parecia ser pouco tempo atrás, o plano de quatro pontos de Obama – incluindo ataques aéreos, fornecimento de equipamento para combates em terra, ações antiterrorismo e assistência médica e humanitária – se sustenta nas políticas adotadas até agora no Iraque.
Se a preocupação dos Estados Unidos inicialmente parecia ser apenas impedir o avanço dos combatentes do EI, agora Obama quer ir mais longe: a retirada total do Estado Islâmico dos territórios ocupados. Para isso, conta com apoio interno e em vários países do Oriente Médio.
Mas essa grande aliança com países da região pode funcionar de fato?
Isso depende do esforço da coalizão. Arábia Saudita e Catar – aliados de Washington – têm que fazer mais para limitar o financiamento local para o Estado Islâmico.
A Turquia terá de evitar que combatentes atravessem as fronteiras com a Síria para lutar pelo Estado Islâmico.
E, acima de tudo, será que as diferenças entre os países serão superadas a médio prazo para que essa estratégia tenha tempo de colher frutos? Ou as velhas inimizades virão à tona assim que os primeiros ataques aéreos tiveram algum tipo de sucesso?
Fonte: Ebc