Universitários de Santana do Ipanema queixam da não disponibilidade de transporte público escolar para faculdades de Palmeira e Arapiraca

Por Luciano Cardeal – Jornalista

Além de ter que enfrentar uma rotina exaustiva, regada de cobranças, o que resume a vida de qualquer estudante universitário e, muitas vezes, sem o mínimo apoio financeiro, o que acaba acarretando nos jovens desinteresse para continuar com os estudos, estudantes de Santana do Ipanema, município sertanejo que fica cerca 207 km da capital, 107 km de Arapiraca e 70 km de Palmeira dos Índios, ainda têm que se deparar com displicência da gestão municipal da cidade com os estudantes.

Embora não seja, necessariamente, uma obrigação de prefeitura municipal dispor de transporte para essa modalidade de ensino, ainda assim, é questão de bom senso por parte das autoridades. Ainda não há uma lei que obrigue o prefeito a disponibilizar ônibus para universitários, no entanto, é possível que o município ofereça transporte a estudantes de ensino superior, de maneira criteriosa, observando a disponibilidade de recursos orçamentários próprios.

Em nome dos demais colegas, alguns estudantes que necessitam diariamente de transporte coletivo para ir assistir às aulas em instituições de ensino, como IFAL, UNEAL e UFAL, ambas situadas nos municípios de Palmeira e Arapiraca, procuraram o Estadão Alagoas para relatar o frequente dilema que têm para arcar com custos e manter a frequência nos respectivos cursos. A maioria ainda precisa trabalhar para poder se manter, já que muitos deles são de universidade pública, mesmo assim, não recebem apoio financeiro da instituição, como bolsas.

“A situação do transporte universitário em Santana do Ipanema é negligente. Em pleno 2025, a prefeitura local persiste em ser omissa com o direito fundamental à educação, impondo um fardo financeiro aos estudantes que precisam desembolsar um montante caso queiram ingressar em cursos universitários em cidades vizinhas. Inúmeros jovens, que buscam por conhecimento e um futuro promissor, veem-se obrigados a desembolsar quantias excessivas para custear o transporte até suas universidades”, diz uma aluna da UNEAL, que preferiu não se identificar.

Outra estudante faz uma observação: “Enquanto municípios vizinhos, como Cacimbinhas, Major Izidoro e a própria Palmeira dos Índios, demonstram a viabilidade do transporte público universitário, Santana do Ipanema se mantém inerte. Essa disparidade escancara a falta de compromisso da gestão municipal com o futuro de seus jovens. A negligência do transporte universitário em Santana do Ipanema não é apenas uma questão financeira, mas um atentado ao futuro de uma geração. É um obstáculo que impede o desenvolvimento da cidade e a formação de profissionais qualificados”.