Bolsonaro faz ato em Copacabana por anistia a envolvidos no 8/1

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e apoiadores realizam ato na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo (16/3). O evento acontece durante a manhã e a tarde, em meio à expectativa da análise da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o chamado “Núcleo 1”, grupo que inclui o próprio Bolsonaro, acusado de golpe de Estado.

A manifestação reforçará o movimento pró-anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Com a condenação de mais 63 pessoas na última semana pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o número de sentenciados já chega a 480.

Bolsonaro e aliados, como governadores, deputados e senadores, estarão em um trio elétrico. Entre os chefes de Executivos confirmados, estão Cláudio Castro (PL-RJ), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Jorginho Melo (PL-SC) e Mauro Mendes (União-MT).

O PL da Anistia conta com apoio de parlamentares alinhados ao ex-presidente, que tentam avançar com a proposta na Câmara dos Deputados. No entanto, conforme revelou o Metrópoles, na coluna Igor Gadelha, a iniciativa enfrenta resistência de nomes influentes, como o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que busca evitar atritos com o STF. Apesar das dificuldades, a defesa da anistia deve ganhar destaque no ato deste domingo.

Outro tema que deve ser abordado pelos manifestantes e pelo próprio Bolsonaro é a atuação do STF, especialmente do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito que investiga a suposta tentativa de golpe. O desgaste entre o ex-presidente e o magistrado não é novidade, principalmente quando Bolsonaro acusou o ministro de agir fora da lei após o indiciamento da Polícia Federal (PF), em novembro do ano passado.

Além das pautas nacionais, a manifestação busca chamar a atenção de autoridades estrangeiras, especialmente dos Estados Unidos. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que mantém proximidade com o presidente Donald Trump, tem sido criticado por partidos de esquerda, que o acusam de agir contra a soberania nacional ao tentar influenciar autoridades americanas contra o STF e o governo brasileiro. O filho “03” nega a acusação.

Denúncia contra Bolsonaro

O julgamento que decidirá o rumo da denúncia contra Bolsonaro e outros cinco investigados do “Núcleo 1” será realizado em três sessões: duas marcadas para o dia 25 de março, às 9h30 e 14h, e uma sessão extraordinária 26 de março, às 9h30.

A denúncia da PGR será analisada pela 1ª Turma do STF, composta pelos ministros Cristiano Zanin (presidente), Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Flávio Dino e Cármen Lúcia. Além de Bolsonaro, são alvos da acusação Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira, Augusto Heleno e Braga Netto.

A análise não determinará se os envolvidos são culpados ou inocentes, mas apenas se a denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet, será aceita. Caso seja, os investigados passarão à condição de réus e responderão criminalmente ao processo.

A expectativa é que a denúncia seja aceita pelos ministros da 1ª Turma.

 

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