TJAL adia decisão final sobre prisão de Kel Ferreti por crime de estupro
A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) adiou a decisão final sobre o recurso impetrado pela defesa do ex-policial militar e influenciador Kleverton Pinheiro de Oliveira, conhecido como Kel Ferreti, acusado de estuprar uma enfermeira de 28 anos, crime realizado em junho do ano passado. O adiamento ocorreu em função do pedido de vistas feito pelo desembargador Ivan Vasconcelos Brito Júnior. Não há data definida para retorno do julgamento.
A prisão preventiva do influenciador foi decretada em dezembro de 2024, na ocasião, pelos crimes de formação de organização criminosa, suspeita de crime contra a economia popular e lavagem de dinheiro envolvendo jogos de azar online.
Nas redes sociais, a advogada de Kel, Graciele Queiroz, reforçou que pede para que o influenciador responda em liberdade.
Em vídeo de parte do julgamento divulgado nas redes sociais, o desembargador Tutmés Airan comenta não acreditar ter havido estupro e que o ato parece ter sido consentido pela vítima, devendo, inclusive, ter sido “ardilosamente pensado”, como consta nos autos da defesa. O desembargador critica que a vítima, após o estupro, teria procurado seu “algoz” para pedir dinheiro e diz que ela mantinha contato “apimentado” com o influenciador via WhatsApp.
A enfermeira relatou, em depoimento após as denúncias, que foi obrigada a manter relações sexuais com o influenciador de maneira violenta e abusiva. No boletim de ocorrência registrado em setembro, a vítima afirmou ter conhecido Kell Ferreti em um grupo de mensagens sobre apostas online. Após conversas com conteúdo sexual, eles teriam combinado um encontro em uma pousada localizada no bairro Cruz das Almas, em Maceió.
A enfermeira afirmou ter ficado gravemente ferida após a relação sexual e que Kel Ferreti demonstrou indiferença com sua situação. Como prova, ela apresentou capturas de tela das conversas, nas quais o influenciador sugere que ela “coloque gelo no local” para aliviar a dor. Ainda de acordo com a vítima, ele teria dito que era policial e mencionado que já havia agredido diversos criminosos, o que o fazia ter consciência da força que utilizava.
A denúncia contra o influenciador também relata uma série de detalhes das agressões, cometidas como “socos na costela e no quadril”, “tapas fortes no rosto” e socos na mulher. A violência foi comprovada por meio de laudo médico do IML (Instituto Médico Legal) de Maceió. Ainda segundo o relato, Kel não utilizou preservativo nas relações forçadas.