Bairros de Maceió registram infestação do inseto ‘barbeiro’ ; veja quais


A deficiência de saneamento básico e irregularidades na coleta de lixo estão levando bairros de Maceió a registrarem infestação dos insetos conhecidos como barbeiros ou chupões. A situação é mais frequente nos bairros da região central de Maceió, especialmente Vergel, Ponta Grossa, Levada e Prado, além do Jacintinho, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Nesses locais, os moradores se assustam quando veem e reconhecem o inseto, pois ele é sempre associado à transmissão da Doença de Chagas, uma infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, que, apesar de ter 100% chances de cura quando diagnosticada no início da contaminação, pode evoluir para uma fase crônica com complicações graves cardíacas e digestivas.

Os insetos se reproduzem com mais facilidade nesses bairros por causa da presença de ratos, cujo sangue é o alimento preferencial dos triatomíneos (barbeiros) da espécie encontrada aqui em Maceió.

A senhora Núbia Alvim, moradora do Vergel, tem ficado apavorada com a presença desses insetos em sua casa. Diz que o medo de ser picada e contaminada pelos barbeiros não a deixa dormir plenamente. Vive sem sossego.

“Em dezembro do ano passado entreguei aos agentes de endemias dois barbeiros que capturei. No exame realizado nos dois insetos foi constatado que estavam infectados com os parasitas que causam a Doença de Chagas. Depois disso vieram agentes na minha casa para fazer uma procura minuciosa, para ver se tinha foco de barbeiro, mas nada foi encontrado”.

Núbia comenta que já saiu na vizinhança mostrando o inseto e fazendo uma pesquisa informal para descobrir se outros moradores já tinham visto ou capturado o inseto. “Três pessoas disseram que sim, inclusive uma delas matou um barbeiro. Outro senhor disse que achava que os insetos eram um tipo de barata e disse que sempre encontra e mata”.

A SMS informa que Maceió não registra casos de Doenças de Chagas em humanos, há anos. Confirmou que no bairro do Vergel houve a captura de dois barbeiros [os insetos entregues por dona Núbia], e afirmou que são de uma espécie que “não é de relevância epidemiológica para a transmissão da doença”.

Segundo a secretaria, não há, portanto, um Programa de Controle de Triatomíneos (barbeiros) na cidade, mas sim um trabalho educativo de recolhimento e orientação da população.

O que os moradores devem fazer para evitar os insetos?

A SMS pede que a população não acumule lixos e entulhos, materiais de construção e madeiras em sua residência, pois essa prática favorece o aparecimento de roedores (consequentemente, dos insetos). Além disso, fechar frestas e buracos em portais e paredes são algumas medidas que ajudam a evitar o abrigo desses insetos no imóvel.

“Para evitar o contato com os barbeiros, sempre recomendamos telar janelas, fechar janelas e portas ao anoitecer, pois são atraídos pela luz artificial das residências, dormir com mosquiteiros, e antes de dormir verificar sempre atrás de quadros, sofá, cama e outros mobiliários que sirvam de esconderijo”.

O que a SMS está fazendo para eliminar ou reduzir a população dos barbeiros?

Cada solicitação recebida através do Disque Denúncia, seja de barbeiro ou suspeita que o inseto é um barbeiro, as equipes compostas por agentes de combate às endemias e técnicos são acionadas para realizar a inspeção no imóvel.

Confirmando as suspeitas, a equipe conversa com o morador e informa as medidas que devem ser adotadas para que o inseto, que tem hábitos noturnos, não procure sua residência.

Durante a visita, a equipe captura o inseto e encaminha ao laboratório de entomologia da Unidade de Vigilância em Zoonoses para analisar se a espécie do inseto vetor (barbeiro) e do protozoário (tripanossoma) é de relevância epidemiológica, isto é, pode causar a Doença de Chagas.

Além do trabalho no imóvel solicitante, a equipe da SMS se estende para as residências vizinhas, realizando o trabalho de investigação em todo o entorno.

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