Crianças e adolescente que foram baleadas durante abordagem em Maceió são ouvidas pelo MP
O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) ouviu, por meio de uma escuta especializada, nesta segunda-feira (17), as duas crianças e a adolescente que foram baleadas, na semana passada, após uma intervenção policial ocorrida no bairro do Vergel do Lago.
A partir de agora, após elas terem sido ouvidas por uma psicóloga do Núcleo de Apoio Técnico do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça (Caop), a Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial vai buscar os meios necessários para garantir o suporte terapêutico às vítimas. Em paralelo, o MPAL já cobrou informações à Corregedoria da Polícia Militar, dando início à adoção das medidas necessários ao caso.
A promotora de Justiça Karla Padilha, do Controle Externo da Atividade Policial, foi quem recebeu as vítimas, que estavam acompanhadas de familiares e de uma liderança comunitária do Vergel do Lago.
“Quando chegaram à promotoria, elas foram ouvidas pela nossa psicóloga, por meio de uma escuta especializa. O resultado dessa abordagem é que as crianças e a adolescente foram baleadas, tendo, as três, sofrido tiros na perna. Umas delas ficou com uma bala alojada, precisando ser submetida a procedimento cirúrgico. A legislação que trata dos direitos da infância e da juventude confere a esse público o depoimento especial, com cunho de proteção, então, foi isso que fizemos. E, a partir de agora, vamos trabalhar para garantir que elas não sejam revitimizadas, garantindo-lhes o devido acompanhamento psicológico para, um dia, superarem o trauma”, garantiu Karla Padilha.
A promotora de Justiça também informou que já acionou a Corregedoria da Polícia Militar cobrando explicações sobre o fato. “Precisamos entender o que realmente aconteceu para, em caso de serem encontradas provas, podermos promover a responsabilização criminal desses agentes públicos”, disse ela.
As vítimas e seus familiares chegaram ao MPAL por meio de um líder comunitário, que procurou a Promotoria de Justiça do Controle Externo da Atividade Policial para pedir intervenção do órgão no tocante ao suporte psicológico.