MP oferece denúncia contra “serial killer” por três homicídios na Ponta Grossa; denunciado tinha repulsa por mulheres e organizava pastas com nomes dos alvos

 

 

 

Após a apresentação das provas oficiais no laudo pericial da Polícia Científica e a conclusão do inquérito, o Ministério Público de Alagoas (MPAL) não tem mais dúvidas de que o indivíduo apontado como o “serial killer” de Maceió é o autor dos disparos que causaram a morte de Tamara Vanessa dos Santos e feriram um casal em 8 de junho de 2024, no bairro da Ponta Grossa. Diante do grau de periculosidade do acusado e sua ligação com outros homicídios, o promotor de Justiça Antônio Vilas Boas apresentou a denúncia contra ele nesta quinta-feira, dia 23.

Conforme a assessoria de comunicação do MP, para o membro ministerial, a necessidade de manutenção da prisão preventiva é de extrema importância para impedir que o suspeito coloque mais planos em prática.

“Já foi constatado que o suspeito não tem a menor condição de viver em sociedade, de que lhe oferece riscos, vistas as ações criminosas, em sequência, comprovadamente a ele direcionadas. Nesse caso, especificamente, o Ministério Público oferece denúncia por sua participação em um homicídio e mais duas tentativas, mas poderíamos ter o registro de um triplo homicídio já que, de uma só vez, colocou como alvo três pessoas. O exame balístico provou que os projéteis que atingiram as vítimas eram compatíveis com a arma utilizada pelo denunciado, apreendida no momento da sua prisão”, ressalta o promotor Vilas Boas.

O homem se intitulava como justiceiro e, para justificar as barbáries cometidas, asseverou, durante as oitivas, que as escolhia para executar por não terem comportamentos decentes e ligação com o tráfico de drogas, o que foi totalmente descartado durante as investigações.

Qualificadoras

No documento é destacado que o denunciado agiu utilizando recursos que impediram a defesa das vítimas, que o crime aconteceu com torpeza, pois havia o sentimento de cometê-lo com justiçamento no extermínio de pessoas, de preferência jovens que, na sua obsessão, colaboravam com a criminalidade ou seriam prostitutas.

Durante as investigações, foi descoberto que o denunciado tinha repulsa a pessoas do sexo feminino, inclusive organizava pastas com nomes pejorativos para identificar os seus alvos, além de armazenar os números de contato das vítimas, todas mulheres.

Atualmente, o denunciado se encontra recolhido no sistema prisional e, para o Ministério Público, diante da quantidade de crimes em série, notadamente dolosos contra a vida, sua liberdade pode ser considerada grande perigo, havendo toda a possibilidade de perturbar a ordem pública.

O caso

Albino Santos de Lima está sendo investigado por matar 10 pessoas, sendo elas: Ana Clara Santos Lima (13), Anna Beatriz Santos Tavares (13), Emerson Wagner da Silva (17), Louise Gbyson Vieira de Melo (18), John Lenno Santos Ferreira (20), Débora Vitória Silva dos Santos (21), Mikaele Leite da Silva (21), Tamara Vanessa da Silva Santos (21), Joseildo Siqueira Silva Filho (24) e Beatriz Henrique da Silva (25).

O serial killer  de Maceió confessou oito dos 10 homicídios, porém negou sua participação na morte de dois jovens que frequentavam a mesma igreja que ele. Além desses casos, mais oito inquéritos devem ser reabertos para investigação.

O suspeito começou a ser investigado após a morte da menina Anna Beatriz, de apenas 13 anos, baleada por ele enquanto saia de uma arena esportiva, no bairro Levada. Ela foi socorrida, porém, faleceu no HGE.

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