Neuropsicólogo explica como esta avaliação pode ajudar seu filho
Os manuais diagnósticos utilizados atualmente no mundo para classificar e direcionar profissionais da saúde nos quadros clínicos apresentados nos consultórios, corroboram para uma busca cada vez mais constante de atualizações nesses critérios específicos uma vez que; quando se fala em quadro diagnóstico, refere-se a uma nomenclatura para um conjunto de comportamentos (sinais e sintomas) que a pessoa apresenta. Em 2025, uma nova classificação, mais atualizada e moderna passa a ser obrigatória dentro desses processos diagnósticos, a Classificação Internacional de Doenças, 11º edição, até então desde 2023 seu uso era opcional, considerando que a versão anterior (10º) estava vigente.
Independente do quadro apresentado, qualquer diagnóstico requer uma minuciosa avaliação, principalmente dentro dos transtornos mentais, uma vez que o quadro é basicamente clínico, ou seja, sem sintomas, diferente dos quadros físicos, onde o paciente “sente” desconforto e/ou existem “sinais” visíveis do que está sento investigado.
Com isso, existem diferentes abordagens para se fazer uma avaliação clínica, dentre as quais, tem ganhado força considerável as abordagens neuropsicológicas, realizadas geralmente por profissional da Psicologia. Reforço o termo “geralmente” porque nem todos os instrumentos dessa avaliação são restritos a psicólogo, porém este profissional tem a autonomia para utilizar tais materiais sem restrição.
Mas o que é avaliação neuropsicológica? É basicamente um processo complexo onde é possível descrever, classificar e mensurar o perfil cognitivo de uma pessoa. Considerando aspectos de aprendizagem, memória, atenção, funções executivas, raciocínio, planejamento, armazenamento, visuo-construção, comportamento, emoção e diversos outros aspectos que envolvem a forma como o sujeito se expressa e se percebe no mundo. Tais dados serão compatíveis com um conjunto de características que apontam para um perfil neuropsicológico, o qual poderá ser apreciado e classificado como havendo ou não desordem no funcionamento de tais funções. Esta avaliação é realizada em diversos encontros com duração de acordo com os instrumentos e metodologia utilizada e se faz em sua maioria com uso de testagem psicológica, com material qualificado e validado pelo Conselho Federal de Psicologia.
Geralmente esta avaliação é indicada quando se existe suspeita diagnóstica de déficit, excesso ou atraso no desenvolvimento. Podendo ser de crucial importância para a confirmação de um quadro como deficiência intelectual, transtorno do espectro autista, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, transtorno opositor desafiador, ansiedade, depressão, mal de Alzheimer, entre outros problemas neuropsicológicos que podem causar prejuízo para a pessoa.
Quando você receber indicação médica para realizar este tipo de avaliação, procure profissional da Psicologia com especialização em neuropsicologia para que sua avaliação seja melhor contemplada, não gerando dúvidas sobre o quadro apresentado. Com um direcionamento em mãos, é possível utilizar de estratégias que amenizem o sofrimento de pessoas que convivem com dificuldades no dia a dia, seja com estratégias medicamentosas ou comportamentais, uma boa avaliação define melhores caminhos a serem percorridos.
Diego Marcos Vieira da Silva
CRP 15/4764