Falhamos como sociedade’: especialista analisa aumento da violência contra a mulher em AL no início de 2025
“Minha família está toda chocada. Até o pessoal de outros estados do Brasil está chocado”, lamenta Ailton Silva, pai de Ana Firmino, de 12 anos, assassinada com golpes de faca no último dia 2, em Maravilha, no Sertão de Alagoas.
O caso, que expõe a violência de gênero desde a infância, causou grande comoção no Estado. A menina estava conversando com um jovem, que também foi esfaqueado, no momento do crime. Durante o ocorrido, um assalto foi anunciado, mas nenhum objeto foi roubado.
“Esse cara [o principal acusado] já tinha ficado com ela, mas ela terminou e não queria mais ficar com ele. Ela foi para São Paulo e passou uns quatro meses sozinha. Quando ele chegou, começou a persegui-la, corria atrás dela e queria namorar ela, entende?”, relata o pai da vítima.
No último dia 5, o principal suspeito e um casal envolvido no crime foram presos durante operação da Polícia Militar.
“A sensação da família é de que a justiça seja feita. Já foi feita uma parte, mas que a justiça continue sendo feita. O que queremos é que eles não sejam soltos. Se soltarem, vão fazer a mesma coisa, não é isso?”, desabafa Ailton.
Aumento de casos de violência contra a mulher em AL
O início de 2025 foi marcado por um aumento de ocorrências de violência contra a mulher. Segundo o relatório do Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp), entre o dia 1º e a madrugada do dia 2, foram registrados 15 casos em diversas localidades do estado nas primeiras 24 horas do ano. As denúncias incluem agressões físicas, ameaças e episódios graves envolvendo gestantes.
A história se repete no primeiro fim de semana do ano. No último dia 5, e nas primeiras horas da última segunda-feira (6), 11 casos deste tipo de violência foram registrados. As ocorrências, que ocorreram em um intervalo de 15 horas, foram registradas nos municípios de Maceió, Arapiraca e Palmeira dos Índios.