Servidor público e histórico de violência: quem é o homem morto no Centro de Maceió
O agente socioeducativo Rodrigo Gustavo Ferreira da Silva, de 39 anos, morto na manhã deste sábado (11), após trocar tiros com policiais na Praça dos Martírios, no Centro de Maceió, vivia uma relação turbulenta com a esposa, com quem estava casado havia sete anos. As constantes agressões físicas sofridas levaram a mulher a denunciá-lo à polícia e obter uma medida protetiva contra ele.
“Nos últimos cinco anos, ela era constantemente agredida e até estuprada por ele”, relatou o advogado Werverson Douglas Lima, que a acompanha. Ele contou que foi procurado pela mulher na sexta-feira e, ao ouvir seu relato, a levou até a Delegacia da Mulher, onde foi foi feita denúncia e solicitada uma medida protetiva de urgência.
Depois disso, ela foi encaminhada ao Hospital da Mulher para exame de corpo de delito. Com receio de voltar para casa, a mulher se abrigou na casa do irmão, no bairro Vergel do Lago. “Estávamos bastantes cautelosos quanto à reação dele ao saber da medida protetiva”, diz o advogado.
Na manhã deste sábado, porém, Rodrigo descobriu o local onde a esposa estava escondida e foi até lá. “Hoje, por volta das 9h, ela me ligou dizendo que ele estava na porta da casa e me pediu orientação. Pedi ao irmão dela que falasse com Rodrigo e marcasse com ele no centro, num lugar movimentado. Prontamente, acionei a Oplit, informando que ele estava armado”, informou Weverson.
Rodrigo – que estava afastado do trabalho desde setembro do ano passado por problemas de saúde – foi localizado na Praça dos Martírios, dentro do carro. Durante a abordagem, ele teria atirado contra os policiais, o que desencadeou o confronto.
O tiroteio
“Quando a equipe pediu para ele baixar o vidro, ele o fez e, sem motivo algum, atirou. A policial atingida estava de colete, que conteve o projétil”, explicou Nivaldo Aleixo, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)
A troca de tiros resultou em uma morte e quatro pessoas feridas. Rodrigo foi baleado dentro do carro e morreu no local. Sua mãe e dois filhos, que também estavam no veículo, foram atingidos e encaminhados ao Hospital Geral do Estado, no Trapiche.
A policial civil atingida no peito foi salva pelo colete à prova de balas e também recebeu atendimento médico.
De acordo com a Oplit, Rodrigo estava em um veículo modelo HB20 branco, com vidros escurecidos. Ele atirou primeiro, atingindo a agente no peito. A guarnição revidou, resultando em sua morte. A Polícia Civil segue investigando o caso.
Investigação
A Polícia Civil de Alagoas instaurou inquérito para apurar os eventos. A investigação está sob responsabilidade da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), e conta com o acompanhamento direto da direção da Polícia Civil e da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP).
O secretário-executivo de Políticas Públicas da Secretaria de Segurança Pública (SSP), coronel Patrick Madeiro, destacou a resposta rápida da Oplit diante da grave ameaça.
“A equipe da Oplit agiu rapidamente diante da violência deste indivíduo, que atirou várias vezes contra a viatura, atingindo uma policial civil no peito, sendo atingida no colete. Ele colocou a própria mãe e seus filhos em grande perigo, resultando, infelizmente, em ferimentos na mulher e em uma das crianças. Nosso principal objetivo agora é cuidar da segurança e do bem-estar das vítimas envolvidas neste lamentável episódio, além de garantir que todos os procedimentos policiais sejam realizados. A Polícia Científica já está conduzindo uma perícia detalhada para esclarecer o que aconteceu e dar suporte ao inquérito da Polícia Civil, que será concluído o mais rápido possível”, afirmou o secretário.
Segundo o delegado Sidney Tenório, o resultado do inquérito será encaminhado em breve ao Ministério Público e ao Poder Judiciário para os devidos trâmites legais.