Saneamento básico: Cerca de 80% da população ainda não tem rede de esgoto em Alagoas

Uma pesquisa da IFAT Brasil, em parceria com a Pezco Economics e a Resolux Company, revelou os profundos desafios de Alagoas no setor de saneamento básico. De acordo com o levantamento, 80,4% da população do estado não possui acesso à rede de esgoto, enquanto 22,8% não contam com abastecimento regular de água.

Outro dado alarmante é a perda de 39,7% de água nas redes de distribuição, reflexo da precariedade na infraestrutura. Apenas 14,8% do esgoto gerado em Alagoas é tratado, e mesmo entre o volume coletado, o índice de tratamento alcança somente 69%.

Investimentos no Brasil: Realidade e Desafios

O estudo também analisou a situação do saneamento em âmbito nacional. Até 2040, a previsão é de R$ 387 bilhões em investimentos no setor de água e esgoto. Embora o valor represente um ambiente mais favorável para melhorias, ele ainda está aquém das necessidades estimadas para a universalização do acesso até 2033.

O marco regulatório do saneamento, sancionado em 2020, foi um divisor de águas, triplicando os investimentos nos últimos quatro anos em comparação com as três décadas anteriores. “Desde o marco regulatório, vimos um aumento significativo em segurança jurídica e no uso de ferramentas como debêntures para atrair investimentos. Isso cria um ambiente de crescimento tecnológico no setor de saneamento”, afirmou Renan Andreguetto, gerente da IFAT Brasil.

Distribuição Regional dos Recursos

Os investimentos, no entanto, não serão distribuídos de forma igualitária. O Sudeste e o Nordeste concentram mais de 70% dos aportes previstos, enquanto as regiões Norte e Centro-Oeste ficam com apenas 4% e 6%, respectivamente. A falta de governança regulatória robusta e a baixa densidade populacional são apontadas como fatores limitantes em algumas áreas, como a região Norte, que apresenta os menores índices de investimento per capita no setor.

Impacto do Marco Regulatório

Quatro anos após a sanção do marco regulatório, o setor de saneamento básico apresenta maior diversificação, com crescimento significativo no número de empresas privadas envolvidas na coleta e tratamento de água e esgoto. Atualmente, o Brasil conta com cerca de 267 operadores privados, representando 5% dos prestadores de serviço no país.

Embora avanços tenham sido registrados em várias regiões, o estudo destaca que Alagoas e outros estados do Nordeste ainda enfrentam desafios graves, exigindo esforços concentrados para ampliar o acesso à infraestrutura básica e melhorar a qualidade de vida da população.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *