Ministério Público investiga violência obstétrica em hospital de Alagoas
O Ministério Público de Alagoas (MPAL) instaurou um procedimento administrativo para investigar o Hospital Regional Dr. Clodolfo Rodrigues, em Santana do Ipanema, suspeito de realizar um número excessivo de episiotomias sem o consentimento das pacientes. A prática consiste em fazer um corte no períneo para facilitar o parto e deve ser usada como última opção, segundo os protocolos médicos.
A investigação foi motivada por denúncias de que o hospital não estaria seguindo os protocolos da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia e da Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomendam a episiotomia apenas em casos excepcionais. Além disso, as pacientes não estariam sendo devidamente informadas sobre os riscos do procedimento e não estariam assinando o termo de consentimento informado.
O Ministério Público Federal (MPF) já havia emitido recomendações ao hospital, mas não obteve retorno. Diante da inércia da instituição, o caso foi encaminhado ao MPAL. O promotor de Justiça Alex Almeida destacou a importância de coibir a violência obstétrica e garantir a segurança das parturientes.
A episiotomia pode causar diversas complicações, como dor, infecções, disfunção do assoalho pélvico e problemas psicológicos.