Banheiro de casa pode ter sido epicentro de explosão que fez prédio desabar

 

Depois de mais de 12 horas de trabalho, a equipe do Instituto de Criminalística de Maceió concluiu na sexta-feira, 8, a perícia criminal no local afetado pela explosão ocorrida no conjunto residencial Maceió 1, no bairro Cidade Universitária. As primeiras evidências indicam que o epicentro da detonação pode estar localizado nas proximidades do banheiro da casa.

Gerard Deokaran, perito criminal especialista em explosão explicou que durante o exame foram identificados diversos crateramentos no terreno e um desses pontos levantou suspeitas sobre a origem do desastre. Além das marcas visíveis no solo, foram coletados diversos vestígios, incluindo amostras de solo e gás, que deverão passar por análises químicas para confirmar a hipótese.

Nos dois dias de perícia, os policiais científicos conseguiram coletar 52 vestígios, que serão submetidos a cerca de 35 exames no Laboratório de Química Forense. Boa parte deles serão realizados em um microscópio eletrônico de varredura irão buscar padrões em fissuras, rachaduras e microfissuras nos materiais encontrados na área do suposto epicentro para identificar a dinâmica da explosão.

Ainda de acordo com a perícia criminal, o imóvel onde ocorreu a explosão continha pelo menos sete botijões de gás. Isso levanta a possibilidade de que houvesse uma transferência de gás entre botijões maiores e menores, o que poderá ser confirmado apenas com a análise detalhada dos próprios botijões e das mangueiras envolvidas no incidente.

“Nesses exames adicionais, iremos também fazer a neutralização dos botijões e a análise das mangueiras. A partir disso, será possível entender melhor o que aconteceu, incluindo se houve uma única explosão ou se várias explosões ocorreram de forma simultânea”, explicou Deokaran.

O perito criminal Marcelo Velez detalhou o trabalho realizado para coletar elementos de interesse criminalístico afim de realizar a reconstrução da sequência de fatos que foi o agente determinante para a explosão. Ele explicou que foram feitos exames complementares aos do dia anterior, com fixação de alguns vestígios, registros fotográficos, realização de medidas e coleta de novos vestígios que serão analisados posteriormente dentro da estrutura interna do IC.

“Através desses exames teremos a ideia do alcance dessa explosão, tanto o quanto a força que foi responsável por causar avarias neste imóvel quanto em perímetros adjacentes. a partir dos resultados das análises das amostra de gás no laboratório poderemos quantificar a quantidade de gás que estava no ambiente”. Esclareceu Velez.

Em relação as lesões blasting injury (ferimento por explosão) nos corpos das vítimas, o perito criminal explicou que podem ser ocasionadas pela detonação dos gases que estavam dentro desse ambiente, porém a complementação dessas informações depende tanto do resultado das análises feita pela perícia nos dois dias, como dos resultados das necropsias realizadas pelo IML de Maceió que poderá também confirmar se tanto a criança quanto o adulto, encontrados mortos estavam próximos ao local onde a explosão teve origem

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